Prefeito de Anápolis defende medida legal para acelerar obras, evitar escândalos e garantir serviços básicos em meio à situação crítica da cidade.
Foto: Paulo de Tarso / Prefeitura de Anápolis
Em entrevista concedida na última terça-feira (15), o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), explicou os motivos que levaram sua gestão a adotar o sistema de adesão a atas de registro de preços, como alternativa ao modelo tradicional de licitação. Segundo ele, os processos licitatórios convencionais têm demorado até um ano, o que inviabiliza soluções rápidas para problemas urgentes da cidade, como falta de limpeza nas escolas, precariedade em unidades de saúde e necessidade de serviços de comunicação pública.
“O processo licitatório demora sete meses, como o da merenda… não fazia sentido. Ia virar um escândalo, um contrato superfaturado. Hoje um contrato leva quase um ano”, afirmou. O prefeito ainda exemplificou: “Tá faltando funcionários da limpeza nas escolas. Professores estão tendo que deixar suas funções pedagógicas para limpar salas de aula. Isso não é normal”. Segundo Corrêa, a adesão a atas permite contratar empresas já auditadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas, evitando emergências forjadas ou favorecimentos.
Ao relatar o estado das estruturas públicas, Corrêa fez críticas duras à gestão anterior. “Nós estamos com a cidade destruída. Tem escola com banheiro único para meninos e meninas, sem porta. Tetos caindo, ar-condicionado instalado mas sem energia. A UPA da Vila Esperança, única porta aberta para 430 mil habitantes, com porta enferrujada e goteiras dentro da sala vermelha”, denunciou. Ele alegou que aguardar o trâmite completo das licitações atrasaria ainda mais as soluções. “Vamos iniciar a obra agora porque antes não tínhamos recursos”.
O prefeito concluiu destacando que a adesão às atas também está permitindo revisão contratual com cortes de 20% a 40% nos valores. “A cidade era um balcão de negócios. Hoje, os contratos estão seguindo o trâmite legal, e nosso desafio é fazer o serviço chegar ao cidadão. Essa é a nossa prioridade”. Corrêa ainda desafiou a imprensa a investigar o uso de maquinário terceirizado em gestões anteriores: “Onde estavam sendo usadas essas máquinas? Quem eram os donos?”.