Prefeito destacou, após audiência pública no Fórum, que não é obrigação do município custear ensino superior e apontou falhas na concessão das bolsas, incluindo benefícios para alunos sem necessidade financeira.
O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), usou as redes sociais nesta segunda-feira (19) para detalhar a audiência pública realizada no auditório do Fórum sobre o programa Bolsa Graduação. O encontro contou com a participação do Ministério Público, do Judiciário e de parte dos estudantes beneficiados. Corrêa voltou a criticar o modelo herdado da gestão anterior, que segundo ele foi implantado sem critérios claros, gerando despesas milionárias ao município em uma área que não é de sua competência legal.
Durante o vídeo, o prefeito afirmou que o município deve priorizar a educação infantil e não arcar com bolsas de ensino superior, papel atribuído ao governo federal. Ele citou como exemplo famílias que ainda aguardam vagas em creches, enquanto recursos públicos estavam sendo usados para pagar até cursos de medicina de estudantes com condições financeiras favoráveis. “É revoltante saber que o dinheiro de uma mãe que luta por vaga em creche estava bancando faculdade para quem podia pagar”, afirmou.
Na audiência, foi constatado que, dos mais de 100 bolsistas convocados, apenas 16 compareceram para requerer a continuidade do benefício, etapa considerada obrigatória para dar seguimento ao programa. Segundo Corrêa, a gestão municipal identificou múltiplas irregularidades, incluindo casos de bolsistas que não atendiam aos critérios de vulnerabilidade social, além de universidades que ficaram quase dois anos sem receber os repasses prometidos pela administração anterior.
O prefeito destacou que novos critérios serão estabelecidos e que os casos de alunos em real vulnerabilidade serão analisados individualmente. Ele afirmou que a prefeitura estuda soluções como modelos de financiamento ou contrapartidas de prestação de serviços ao setor público para garantir que quem realmente precisa seja atendido. “Nosso compromisso é com a responsabilidade, a transparência e o investimento nas prioridades da população”, disse.
Na legenda que acompanhou a publicação do vídeo, Corrêa reforçou o tom crítico: “Nossa gestão descobriu esse absurdo, suspendeu o programa e chamou o MP e o Judiciário pra corrigirmos esse erro que o município vinha cometendo”. O prefeito reiterou que a prioridade da atual administração é a educação infantil e que a prefeitura seguirá prestando contas à população para evitar que situações semelhantes voltem a acontecer.