Da Redação
Dados divulgados pelo IBGE apontam que, ano passado, 1% da população mais rica recebia em média R$ 27.477 por mês. Este salário é 66 vezes maior que a remuneração de metade da população – quase 104 milhões de brasileiros que receberam, em média, R$413 mensais. A pesquisa revelou ainda que 60% dos trabalhadores brasileiros ganharam menos do que um salário mínimo ao mês, que era de R$954 em 2018.
Esses números proporcionaram nova oportunidade para os especialistas de plantão fazerem conjecturas sobre a desigualdade no Brasil. A análise-padrão invariavelmente flerta com o dogma (de viés socialista) de que enquanto houver desnível salarial, não haverá “justiça social”.
Por outro lado, em texto para a Gazeta do Povo, Rodrigo Constantino alega que a desigualdade em si não é motivo de preocupação– basta imaginar a desproporção de patrimônio e renda entre milionários e uma classe média pujante. O foco de análise deveria ser a pobreza. Especialmente considerando que a riqueza de uma nação não é um jogo de soma zero, ou seja, para que alguém se torne mais rico, não é necessário que um outro se torne mais pobre. Economias crescem!
Constantino propõe a seguinte mudança de olhar: “o foco deveria estar voltado ao nível absoluto de riqueza. Se todos estão melhorando a qualidade de vida, o que importa se alguns poucos estão melhorando ainda mais, por mérito próprio? […] Se eu podia andar apenas de bicicleta antes, e agora posso ter um carro, devo ficar incomodado porque meu vizinho pode ter um carro ainda mais luxuoso?“
Outro ponto:
A pesquisa do IBGE é um tiro no pé da narrativa lulopetista: os números não cansam de explicitar que a escalada recente da pobreza e a acentuação da desigualdade se deram como “herança maldita” do governo Dilma. O Globo destaca que “o movimento pode ser explicado pela crise econômica, que impactou principalmente os rendimentos dos mais pobres, agravando o cenário de desigualdade no país. Entre 2013 e 2016, esse indicador apresentou uma trajetória descendente, atingindo um índice de 30,5 vezes. Desde então, a diferença de rendimentos entre os mais ricos e mais pobres voltou a crescer, atingindo o ápice em 2018.”
Portanto, há sim um agravamento da desigualdade de renda em decorrência da recessão econômica provocada pelo lulopetismo, mas o real problema é a situação de pobreza epidêmica em que se encontra grande parte do povo brasileiro. E não será a esquerda a propor a melhor solução de longo prazo para essa mazela social. Como ensinou Margaret Thatcher, premiê britânica, “o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros” – depois disso é preciso gerar riqueza, uma habilidade que o Estado não tem.
Via Boletim Coppolla