Gustavo Gayer cita ataques a parlamentares conservadores no Brasil e alerta para “erosão institucional” causada por discursos de ódio; proposta segue para análise na Câmara.
Por Richelson Xavier
O deputado federal Gustavo Gayer (PL/GO) apresentou nesta segunda-feira (15/09) um requerimento solicitando a aprovação de uma moção de repúdio “contra a escalada de violência política e ao recrudescimento dos discursos de ódio” que, segundo ele, têm ganhado força em sociedades democráticas, incluindo o Brasil. O documento, registrado como Requerimento 3799/2025, foi protocolado na manhã desta segunda-feira na Câmara dos Deputados.
Na justificativa do documento, Gayer argumenta que “a democracia pressupõe o respeito à diversidade de ideias, à liberdade de expressão e à convivência pacífica entre diferentes correntes de pensamento”. O parlamentar alerta que “quando a violência substitui o diálogo e o ódio se sobrepõe ao debate democrático, abre-se espaço para uma erosão institucional que ameaça não apenas indivíduos, mas todo o Estado de Direito”.
O deputado cita como marco simbólico dessa radicalização o “trágico assassinato do influenciador conservador norte-americano Charlie Kirk, ocorrido durante uma palestra nos Estados Unidos”. Gayer afirma que a morte de Kirk, “em plena atividade de diálogo público, demonstra que a intolerância, quando normalizada, pode resultar em consequências irreparáveis”.
O requerimento destaca ainda que, diante de episódios dessa natureza, “não faltam aqueles que, em vez de manifestarem solidariedade e respeito à vida, optam por zombar, ironizar e difundir discursos que apenas alimentam ainda mais a divisão e a hostilidade entre cidadãos”.
Cenário brasileiro
Gayer afirma que o Brasil não está imune a esse fenômeno, citando especificamente que “após o episódio envolvendo Kirk, multiplicaram-se nas redes sociais postagens agressivas e insinuações dirigidas a parlamentares conservadores”. O documento menciona nominalmente os deputados Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira como “vítimas de ataques virtuais covardes e ameaçadores”.
O texto acrescenta que “esse tipo de comportamento revela não apenas o ódio irracional contra representantes eleitos, mas também a instrumentalização por meio das plataformas digitais como forma de incitação à violência política”. A moção ressalva, no entanto, que “as plataformas em si não são responsáveis por tais condutas, mas têm sido indevidamente utilizadas como ferramentas para a disseminação do ódio”.
Apelo institucional
O documento conclui afirmando que “a Câmara dos Deputados não pode se calar diante dessa realidade” e defende que é dever da Casa “repudiar toda e qualquer forma de violência política e toda tentativa de transformar o debate público em espaço de ódio”.
A moção propõe o reafirmamento de que “a democracia deve ser defendida pelo diálogo, pelo voto e pela convivência pacífica, nunca pela força ou intimidação”.
O requerimento segue agora para análise dos líderes partidários e deve ser incluída na pauta de votação do Plenário da Câmara nas próximas semanas.