População deve ter consciência ao jogar fora materiais cortantes e pontiagudos embalando-os em papelão, colocando dentro de uma garrafa plástica ou em mais de uma sacola.
Foto: Bruno Velasco
A equipe de coletores de lixo de Anápolis está na linha de frente da limpeza pública da cidade e lida diariamente com vários tipos de resíduos, sejam eles recicláveis, orgânicos ou rejeitos. Muitas vezes, esses descartes vêm acompanhados por materiais perfurocortantes, a exemplo de vidros, agulhas, pregos e seringas. A consequência disso: só nos dois últimos meses, já foram registrados 25 acidentes com garis na hora da coleta, devido à presença desses materiais no lixo doméstico.
Por causa do descarte incorreto, o coletor Rosalvo Alves de Jesus já se feriu três vezes. Duas com cacos de vidro e outra com uma seringa. “Os moradores não têm conhecimento ou consciência e descartam o lixo sem os devidos cuidados. Estamos sempre tentando alertar os cidadãos para que joguem fora esse tipo de material da forma correta. Não só eu, mas vários colegas sofrem com essa situação diariamente, inclusive um amigo se feriu dois dias antes de mim, na mesma lixeira, com seringas”, relata.
É importe destacar que todos os funcionários fazem uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs), que são uniformes com camisa de manga comprida, luvas e calçados fechados, de forma que seja preservada a integridade física de cada trabalhador, mas nem sempre isso é suficiente, sendo necessário que a população colabore com esse cuidado. “Nossa equipe de coletores vem sofrendo com muitos acidentes causados por vidros quebrados, lâminas e agulhas descartadas de maneia errada, sem estar devidamente embalados”, relata o gerente de Limpeza Urbana, Paulo Vargas.
“Vale lembrar que mesmo depois de descartado e retirado de dentro de casa, o lixo continua sendo de nossa responsabilidade, pois além do risco de cortes, perfurações e ferimentos, uma série de doenças podem ser transmitidas aos coletores ao se machucarem, como HIV, hepatite B e C, tétano e contágio por fungos ou bactérias. E ainda outros materiais possuem componentes químicos nocivos ao meio ambiente: lâmpadas fluorescentes possuem mercúrio, pedaços de TV, monitor e eletrodomésticos em geral possuem peças envoltas em prata, zinco, cobre e etc”, destaca o diretor de Limpeza Urbana, Yan de Castro.
O diretor explica que para embalar corretamente esses materiais é simples. Basta envolvê-los em papelão, colocar dentro de uma garrafa plástica ou em mais de uma sacola e, de preferência, com um aviso ou detalhe na embalagem, uma fita colorida, por exemplo. “Quando algum acidente provocado por resíduos perfurocortantes ocorre junto aos coletores responsáveis pelos serviços de Limpeza Urbana de Anápolis, o mesmo é encaminhado junto ao técnico de segurança a um centro de saúde, onde é feito todo o atendimento clínico e acompanhamento médico necessário”, conclui.