A decisão de subscrever a denúncia sul-africana contra Israel na Corte Internacional de Justiça gera controvérsia e condenação da Confederação Israelita do Brasil (Conib).
Foto: Ricardo Stuckert (PR)
O governo Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão de subscrever a denúncia por genocídio contra o Estado de Israel na Corte Internacional de Justiça, em Haia, após receber o embaixador palestino em Brasília. A medida, vista como um gesto diplomático de repúdio a Israel, foi duramente criticada pela Conib, que a considerou uma ação “cínica e perversa”. O caso será julgado a partir desta quinta-feira (11).
A nota divulgada pelo Itamaraty justifica o apoio à denúncia destacando “flagrantes violações ao direito internacional humanitário”. A Conib, por sua vez, condenou a ação brasileira, afirmando que diverge da posição de equilíbrio e moderação da política externa do país. A decisão intensifica o desgaste diplomático, já que Lula havia feito declarações controversas sobre a resposta militar de Israel, usando a palavra “genocídio” para descrever a guerra em Gaza.
O documento da denúncia sul-africana, protocolado em dezembro, destaca o elevado número de vítimas civis, especialmente crianças, e o deslocamento forçado de palestinos na Faixa de Gaza. A ação, apoiada pelo Brasil, alega uma “intenção genocida” por parte de Israel, algo veementemente negado pelo país. A Conib reiterou seu repúdio à iniciativa e criticou a posição do governo brasileiro, que rompe com a tradição de equilíbrio na política externa do país.