O presidente eleito Jair Bolsonaro optou por um discurso de conciliação e voltou a dizer que vai “governar para todos”, nesta segunda-feira (10), ao ser diplomado em cerimônia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O certificado, também entregue ao vice, Hamilton Mourão, é assinado pela presidente da Corte, ministra Rosa Weber. A chapa venceu as eleições de outubro em segundo turno, com 55% dos votos válidos de todo o País.
“A todos aqueles que me apoiaram, muito obrigado. Aos que não me apoiaram, peço confiança para construirmos juntos um futuro melhor para o nosso País. A partir de 1º de janeiro, serei presidente dos 210 milhões de brasileiros. Governarei em benefício de todos, sem distinção social, sexo, cor ou religião. Me dedicarei à construção de um Brasil próspero e justo”, afirmou Bolsonaro, que se emocionou durante a cerimônia.
O presidente eleito também destacou o “método” utilizado por sua campanha para se aproximar dos eleitores. “O poder popular não precisa mais de intermediação”, destacou. Ele, que teve 8 segundos no horário eleitoral de rádio e televisão, usou as redes sociais para se comunicar. Após o segundo turno, adotou especialmente o Twitter para divulgar a maior parte das indicações para seus ministérios.
“O caminho que me trouxe aqui foi longo e nem sempre fácil”, avaliou. “Sempre me pautei pela defesa dos valores da família, pelos interesses do Brasil e pela soberania nacional. Orientei minha campanha pela defesa desses valores”, destacou, após agradecer à família e acenar para sua filha, que estava na plateia. “Nada disso seria possível sem o amor incondicional de vocês”.
Diplomação
O certificado eleitoral é a confirmação de que o candidato eleito cumpriu todos os requisitos legais para assumir o cargo. Uma das regras é a aprovação das contas de campanha. “Trata-se do reconhecimento de que o povo escolheu seus representantes de forma livre e justa”, nas palavras do futuro presidente. A partir de agora, partidos e o Ministério Público Eleitoral (MPE) têm até 15 dias para contestar a diplomação.
O documento, impresso pela Casa da Moeda, foi lido pela ministra Rosa Weber. “Pela vontade do povo brasileiro, expressa nas urnas em 28 de outubro de 2018, Jair Bolsonaro foi eleito presidente. Em testemunho, a Justiça Eleitoral expediu-lhe este diploma que o habilita à investidura no cargo, nos termos da Constituição.” O protocolo foi repedido com o vice, general Mourão, que não discursou na cerimônia.
Em sua fala, Bolsonaro ainda reforçou que seu “compromisso com o voto é inquebrantável”. “A população quer paz e prosperidade, sem abdicar de valores. A construção de uma nação mais justa requer uma ruptura com práticas que retardaram o nosso progresso.” Como exemplo dessas práticas, citou corrupção, violência e “submissão ideológica”. Segundo ele, o governo se baseará em segurança, igualdade e oportunidade.
“Nossa obrigação é oferecer um Estado eficiente que faça valer os impostos pagos pelos contribuintes. Nosso dever é oferecer condições para que o empreendedor gere empregos. Tenho consciência dos desafios e trabalharei com afinco”, afirmou. Ao encerrar o discurso, fez questão de ressaltar parte do lema de campanha: “O Brasil deve estar acima de tudo.”
Trajetória
Deputado federal no sétimo mandato, Bolsonaro quebrou um ciclo de quatro vitórias consecutivas do PT na disputa presidencial. Com 63 anos, ele é capitão reformado do Exército e conquistou o novo posto com apoio maciço e inédito do eleitorado nas redes sociais, nas quais – inclusive – tem divulgado nomes que vão compor o governo.
Transição
O governo de Bolsonaro vai contar com 22 ministérios – sete a menos que o total existente hoje e sete a mais que o prometido. Todos os ministros já foram definidos. O primeiro a ser anunciado, Paulo Guedes, cuidará da Economia. O último, indicado no domingo (9), foi Ricardo de Aquino Salles. Ele será responsável pela pasta do Meio Ambiente.
Com informações da Jovem Pan