Em vídeo publicado nas redes, comunicadora critica decisão da Corte que autoriza plataformas a removerem conteúdos sem ordem judicial, e afirma: “Precedente perigoso está aberto”.
A jornalista Amanda Caixeta publicou na noite desta quarta-feira (11) um vídeo em que critica duramente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar o artigo 19 do Marco Civil da Internet. A norma, até então em vigor, determinava que conteúdos só poderiam ser removidos de plataformas digitais mediante decisão judicial. Com a mudança, empresas como Facebook, Instagram, X (ex-Twitter) e YouTube poderão retirar postagens do ar de forma unilateral.
“É um precedente perigoso”, disse Amanda, logo no início do vídeo. “Agora, plataformas podem excluir publicações e punir usuários sem qualquer justificativa clara e sem que uma instância legal atue como intermediária.” Ela também chamou atenção para o fato de a medida ter sido celebrada por alguns setores da imprensa, o que, segundo ela, representa um erro estratégico. “Hoje os atingidos são os conservadores, mas amanhã pode ser qualquer um”, alertou.
Durante a votação do STF, um dos ministros, segundo a jornalista — “se não me engano, Gilmar Mendes” —, fez referência a uma frase popular na China: “Não importa a cor do gato, o importante é que ele cace o rato”. Amanda associou a citação à lógica de que os meios se justificam pelo fim, o que, para ela, abre margem para abusos em nome do combate à desinformação. “O ‘rato’ pode ser qualquer um de nós”, disse.
No vídeo, Amanda também expressou preocupação com os rumos da democracia brasileira. “É curioso ver tantos colegas jornalistas comemorando essa decisão, como se fosse um avanço democrático. Quando, na verdade, isso representa um passo perigoso rumo ao controle absoluto da narrativa.” Para ela, a decisão do STF abre espaço para censura seletiva.
“Hoje sou apenas uma cidadã brasileira preocupada com os rumos que estamos tomando. E como jornalista, me assusta ver a liberdade de expressão ameaçada dessa forma — justamente em nome da ‘democracia’”, concluiu Amanda. A publicação rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais, especialmente entre usuários alinhados à direita.