Em reunião com ANTT e Ecovias do Araguaia, prefeito de Anápolis exige revisão no contrato de concessão das BRs 153, 060 e 414, denuncia atrasos “inaceitáveis” e pede novas intervenções para destravar o trânsito e impulsionar o desenvolvimento local.
Por Richelson Xavier
O prefeito Márcio Corrêa (PL) voltou a cobrar firmeza e celeridade da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da concessionária Ecovias do Araguaia quanto ao cronograma das obras de duplicação e readequação nas rodovias BRs 153, 060 e 414, que cortam o município de Anápolis. Durante a reunião pública realizada no Hotel Intercity, no dia 23 de outubro, o prefeito classificou como “inadmissível” o fato de obras estratégicas para a cidade estarem previstas apenas para 2035 ou 2045, enquanto outros trechos do país já estão sendo contemplados.
“Essas obras aí, parte delas sendo previstas para 2045, não fazem o menor sentido. O ponto de maior gargalo, de maior colapso, é aqui em Anápolis — no entroncamento da BR-153 com a 060 e com a 414. Todo sábado o trânsito colapsa, o cidadão sofre, e as duplicações estão sendo feitas em Rianápolis e no Tocantins. Isso é injusto com a nossa cidade”, criticou Corrêa.
O encontro teve como pauta a atualização do contrato de concessão e a inclusão de novos investimentos nas rodovias federais. Segundo o prefeito, a proposta é que as obras previstas para daqui a duas décadas sejam antecipadas para até 2027, garantindo melhorias concretas na mobilidade e no desenvolvimento da região.
Entre as principais reivindicações de Corrêa estão a duplicação da via até o Jardim Promissão, prevista no contrato apenas para 2045, e a readequação do trevo que liga as BRs 153 e 414, além de novas alças nos viadutos Ayrton Senna, Miguel Braga e Havan.
“Essas rodovias cortam o coração da cidade. Não são mais vias que tangenciam o perímetro urbano, elas atravessam regiões densamente habitadas. Isso precisa ser rediscutido, e é meu papel cobrar. Eu estou fazendo intervenções em todos os trevos e entradas de Anápolis, mesmo quando não é competência do município”, destacou.
O prefeito lembrou ainda que, mesmo sem responsabilidade direta sobre as rodovias, o município vem executando obras mitigadoras para reduzir o número de acidentes e melhorar o tráfego. “Estamos finalizando a intervenção no trevo da Grande Região do Sol, e nas próximas semanas vamos instalar redutores de velocidade e sinalização no quilômetro 101, na Vila São Vicente, onde praticamente toda semana há acidentes fatais. Isso não é aceitável, não é razoável”, afirmou.
Durante a reunião, Márcio Corrêa também cobrou que o novo edital de concessão da BR-060 inclua obras dentro do perímetro urbano, como a trincheira da Vila São Vicente e intervenções na região da Independência, uma das áreas que mais crescem na cidade.
O prefeito reforçou que Anápolis é hoje o maior polo logístico e industrial do Centro-Oeste, mas sofre com gargalos viários que travam a economia e comprometem a segurança da população. “A cidade cresce, gera emprego, movimenta o país, mas ficou fora das prioridades da concessão. Precisamos pensar Anápolis para os próximos 10, 20 anos e não repetir os erros do passado”, alertou.
Para Corrêa, o momento é de união política e pressão institucional. “Precisamos da união das forças políticas, dos deputados e de toda a bancada goiana para alterar esse contrato. O desenvolvimento de Anápolis não pode esperar até 2045. Estamos cobrando, projetando e insistindo: essas obras precisam ser antecipadas para 2027”, concluiu.













