Em conversa com o Jornal da Voz FM, professora Gislene Maia detalha os impactos do uso excessivo das redes sociais na saúde mental dos jovens, aponta sinais de alerta e reforça o papel de pais, escolas e universidades na prevenção.
A coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário FAMA, professora Gislene Maia, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal da Voz FM, da Rádio Voz do Coração Imaculado, na última terça-feira (24), e fez um alerta contundente sobre os danos causados pelo uso excessivo das redes sociais entre os jovens. Com base em sua experiência acadêmica e clínica, Gislene detalhou os efeitos emocionais mais recorrentes e ofereceu orientações preciosas a pais, escolas e responsáveis.
“Nós não estamos aqui para condenar o uso das redes sociais ou da tecnologia, sabemos que elas têm seu aspecto benéfico. Mas tudo precisa ser usado com equilíbrio”, destacou a professora. Segundo ela, o consumo exagerado pode causar ansiedade, depressão, estresse, sentimento de inferioridade e obsessão por comparação. “As redes sociais estimulam essa constante expectativa: quantas curtidas a minha foto terá? Quem vai ver meu story? Isso gera um nível maior de ansiedade”, explicou. Ela também apontou que os jovens são altamente suscetíveis a conteúdos que reforçam padrões irreais de comportamento e sucesso, o que contribui para frustrações emocionais.
Ao falar sobre a faixa etária mais vulnerável, Gislene alertou: “Adolescentes a partir dos 10 anos estão em uma fase de transição e identificação com grupos. São mais acessíveis emocionalmente àquilo que consomem nas redes sociais, repetem comportamentos e modelos, inclusive os que são nocivos”. A especialista ainda chamou a atenção para o papel formador dessa etapa da vida: “É uma fase fundamental na construção do indivíduo. O quanto e o que eles consomem precisa ser monitorado com responsabilidade”.
A professora também orientou pais e responsáveis a observarem mudanças sutis de comportamento: “É preciso conhecer bem o filho. Se ele muda repentinamente, se isola, evita contato com a família, tem dificuldade de conversar ou só aceita sair de casa se houver internet, isso já é um sinal de alerta”, alertou. Ela acrescentou que queda no rendimento escolar, irritabilidade, distúrbios no sono e no apetite também podem ser indícios de que o uso das redes está prejudicando o bem-estar emocional.
Por fim, Gislene reforçou que o papel das escolas e universidades é essencial no combate aos efeitos negativos desse fenômeno: “As instituições de ensino têm um papel educativo e de conscientização muito importante. Muitas vezes, a escola percebe primeiro que algo está errado e pode sinalizar aos pais. Professores e educadores também são modelos para esses jovens. Todos nós somos formadores, todos nós somos espelhos”.
Para o Centro Universitário FAMA, a entrevista reforça o compromisso da instituição com uma formação que vai além do conteúdo acadêmico, ao abordar de forma aprofundada um tema urgente para famílias, educadores e a sociedade: os impactos das redes sociais na saúde mental dos jovens.