Segundo o IBGE, em oito meses estado colheu 31,5 milhões de toneladas de grãos na Safra 2022/2023, ultrapassando o Rio Grande do Sul no ranking dos maiores produtores do país.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
As lavouras goianas produziram em agosto 31, 5 milhões de toneladas de grãos na safra 2022/2023. O número é 15,7% maior em relação à safra de 2021/22, que chegou a 27,30 milhões de toneladas. O crescimento colocou o estado na terceira posição no ranking de maiores produtores de grãos do país, passando do Rio Grande do Sul, ficando atrás de Mato Grosso e Paraná. Os dados fazem parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola realizado pelo IBGE.
Segundo o coordenador da faculdade de agronomia e professor da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Fagioli, os investimentos em tecnologias e as condições climáticas favoráveis foram fundamentais para o resultado no estado.
“Essa influência climática: seca na região mais ao sul, principalmente Rio Grande do Sul, na safra 22/23 e boas chuvas na região tanto Sudeste, mas principalmente Centro-Oeste, promoveram esse aumento de produtividade de grãos. Destacando aí soja e milho. Além disso, nós temos as tecnologias. Goiás é um estado que aplica muito. Então daí esses destaques de ganho em produtividade vem a chuva no momento certo que colabora a chance de aumento de produtividade por áreas”, explica.
De acordo com o levantamento, os grãos que mais contribuíram para a estimativa foram a soja: 15,90 milhões de toneladas, o milho de segunda safra com 12,26 milhões de toneladas, sorgo com 1,24 milhão de toneladas, o feijão de terceira safra com 209,1mil toneladas, e o trigo como cultura de inverno com 115,9 mil toneladas.
O engenheiro agrônomo ainda destaca que, apesar da queda de produtividade o Rio Grande do Sul, cresceu no comparativo com a safra de 2021/22.
“Em Goiás, a produtividade ficou em 4.593 kg por hectare, 10% a mais. O Rio Grande do Sul deu uma média de produtividade 2.881 kg por hectare, 9,3% a mais de produtividade. Para se ter uma ideia, a soja em Goiás tem uma produtividade de 3.900 kg por hectare; no Rio Grande do Sul foi 1.900 kg por hectare. Na safra passada no Rio Grande do Sul produziu 1.400 kg por hectare. Nos dois estados, houve aumento de produção, mas com certeza essa diferença de quilos a mais por hectare de média, Goiás acabou passando à frente e destacando a soja e o milho com média de produtividade maior”, afirma.
A área plantada no estado também cresceu segundo a estimativa do IBGE. Ao todo em agosto a área plantada em Goiás foi de 6,8 milhões de hectares. O número é 6,2% maior que a área plantada em 2022.
Estimativas Nacionais
No Brasil a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 é de 313,3 milhões de toneladas, 19,0% maior que a de 2022 – 263,2 milhões de toneladas -. De acordo com o IBGE a área a ser colhida é de 77,5 milhões de hectares.
Os principais produtos que puxaram esse crescimento foram o arroz, o milho e a soja. Juntos, representam 92,0% da estimativa da produção e respondem por 87% da área a ser colhida.
Conforme a estimativa do IBGE, a produção de agosto para a soja foi de 150,3 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 127,8 milhões de toneladas — sendo 28,2 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 99,6 milhões de toneladas de milho na 2ª safra -.
A produção do arroz ficou estaminada em 10,1 milhões de toneladas; a do trigo em 10,9 milhões de toneladas; a do algodão em caroço em 7,4 milhões de toneladas e a do sorgo, em 4,0 milhões de toneladas.
Para o engenheiro agrônomo Marcelo Fagioli, o aumento de área plantada para as culturas de grãos foi o responsável pelo crescimento.
“Como destaque a gente pode verificar que houve um aumento de área plantada de 74 para 78 milhões de hectares, isso dá 5,3% a mais de área plantada. E a produtividade também aumentou de 3.656 kg/hectare — safra passada — para essa 4.111 kg/hectare dando a produtividade 12,4% a mais. Então aumentou a área plantada, aumentou produtividade e, consequentemente, a produção somada geral houve um aumento”.
O levantamento ainda indicou uma variação anual positiva para as cinco regiões do país: Região Sul (26,6%), Centro-Oeste (19,4%), Sudeste (8,9%), Norte (21,2%) e Nordeste (7,7%).
Fonte: Brasil 61