Mesmo sob suspeita de conluio, Inbraterrestre e Glágio do Brasil ganham contrato para fornecer materiais balísticos.
Por Redação – Foto: MJSP/Tom Costa
Apesar de estarem sendo investigadas pela Polícia Federal desde setembro, as empresas Inbraterrestre e Glágio do Brasil conquistaram uma licitação milionária do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), pasta vinculada à PF. A Operação Perfídia, que ocorreu em setembro, alvo das duas empresas, apura um possível conluio em contratos do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro em 2018.
Sobre a Licitação:
O Pregão Eletrônico n° 02/2023, conduzido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, visava a compra de materiais e equipamentos balísticos. Das 45 propostas aceitas na Ata do Pregão, a Glágio do Brasil teve 12, totalizando mais de R$ 26 milhões, enquanto a Inbra-Tecnologia, vinculada ao Grupo Inbra e com os mesmos sócios da Inbraterrestre, ganhou dois itens, somando R$ 7 milhões. As propostas foram aceitas em dezembro, dois meses após a PF realizar buscas nas empresas.
Investigação em Andamento:
No dia 12 de setembro deste ano, as duas empresas vencedoras da licitação foram alvo de busca e apreensão da Operação Perfídia, que investiga suspeita de fraude em contratos firmados pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro (GIFRJ) no ano de 2018. As investigações indicaram que a Inbraterrestre e a Glágio do Brasil teriam combinado os preços que apresentariam em licitações.
Apesar da investigação em curso, o Tribunal de Contas da União (TCU) indicou que as empresas não estão na lista de licitantes inidôneos, permitindo sua participação em contratos federais. O TCU considera as empresas investigadas e não condenadas pela Justiça. Até o momento, Inbraterrestre e Glágio não responderam aos contatos e o Ministério da Justiça não se pronunciou.