Senado aprova expansão de 513 para 531 parlamentares a partir de 2026; Wilder rejeita projeto e se opõe a mais gastos com a máquina pública.
O senador Wilder Morais (PL-GO) foi o único representante de Goiás no Senado a votar contra o projeto de lei complementar que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531 a partir das eleições de 2026. A proposta (PLP 177/2023), aprovada nesta quarta-feira (25) por 41 votos a favor e 33 contra, ainda precisa passar por nova análise da Câmara dos Deputados. Enquanto Vanderlan Cardoso (PSD-GO) votou a favor do aumento, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) não compareceu à votação.
A medida busca ajustar a representatividade dos estados à atual distribuição populacional, com base no Censo de 2022, como determina a Constituição. A correção deveria ter ocorrido periodicamente, mas a última atualização foi feita com base no Censo de 1986. “Durante esses quase 40 anos, estamos simplesmente descumprindo a determinação da nossa Constituição”, afirmou o relator Marcelo Castro (MDB-PI), defendendo a legalidade e a necessidade da proposta.
Apesar do argumento de que o aumento de cadeiras não implicará em acréscimos de despesas entre 2027 e 2030 — conforme acordo incluído no texto — senadores como Wilder Morais criticaram duramente a expansão da Câmara. Embora não tenha discursado em plenário, sua posição segue a linha de parlamentares contrários ao inchaço da máquina pública. Para eles, mesmo com o congelamento orçamentário, a criação de novos gabinetes representa um ônus futuro para os cofres públicos e vai na contramão do desejo da população, que, segundo o Datafolha, é 76% contra a ampliação do número de deputados.
O projeto revoga a Lei Complementar 78, de 1993, e define que novas redistribuições de vagas no Congresso só poderão ser feitas com base em dados do Censo do IBGE, vedando o uso de estimativas. Caso o Congresso não vote as novas composições até o fim de junho, o Supremo Tribunal Federal determinou que o TSE fará os ajustes diretamente.
