Prefeito afirma que promessas não foram cumpridas e anuncia força-tarefa para apresentar solução ainda em agosto aos 713 beneficiários do programa habitacional.
Fotos: Paulo de Tarso / Prefeitura de Anápolis
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (14), o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), fez duras críticas à forma como o programa habitacional “Meu Lote, Minha História” foi conduzido pela gestão anterior. Segundo o chefe do Executivo, o projeto, que prometia acesso gratuito a lotes urbanos para famílias de baixa renda, foi lançado sem estrutura financeira ou legal adequada para ser efetivamente executado.
“Foram feitas promessas que não foram cumpridas. O que ocorreu, na prática, foi um verdadeiro estelionato contra a cidade de Anápolis. Foram prometidos recursos, foram prometidas condições que jamais foram entregues”, afirmou Márcio Corrêa ao comentar o passivo herdado da antiga administração.
O programa teve início oficialmente em 19 de julho de 2022, com a abertura do período de inscrições. À época, mais de 10 mil pessoas se candidataram. Após um processo de seleção, os primeiros termos de posse foram entregues no dia 29 de setembro de 2023. No total, 713 famílias foram contempladas com lotes do poder público — muitos deles sem infraestrutura básica para construção e sem acesso a rede de água, energia e documentação regularizada.
Diante da situação, o prefeito anunciou que uma força-tarefa foi montada para tentar viabilizar soluções, com apoio técnico e jurídico da prefeitura e diálogo com o Governo de Goiás. “Agora, estamos empenhados em uma força-tarefa e dialogando com o Governo do Estado para encontrar uma solução factível e viável para os mais de 700 beneficiados. Nosso objetivo é, ainda neste mês de agosto, apresentar um caminho para essas famílias”, reforçou.
Desde o início do mandato, Márcio Corrêa tem denunciado a herança de projetos inacabados e mal planejados, entre eles o “Meu Lote, Minha História”, que gerou expectativa em centenas de famílias e até hoje não saiu efetivamente do papel. O prefeito também tem articulado junto à Câmara Municipal e à Procuradoria do Município meios legais para não apenas corrigir as falhas, mas impedir que situações semelhantes voltem a ocorrer.
A expectativa agora é que, nas próximas semanas, a prefeitura apresente um plano de regularização fundiária, infraestrutura e apoio às famílias de baixa renda para garantir que os lotes do programa possam, de fato, se transformar em moradia digna — e não apenas em promessas políticas sem lastro.