Prefeito questiona viabilidade técnica e financeira de projeto iniciado por gestão anterior.
Foto: Paulo de Tarso / Prefeitura de Anápolis
Em entrevista coletiva realizada no dia 15 de julho, o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), expôs as dificuldades financeiras enfrentadas pelo município e criticou com veemência o contrato da obra da ponte estaiada. Segundo ele, o projeto consumiu 100% dos recursos previstos – cerca de R$ 130 milhões – mas apenas 30% da obra foi concluída. “Foi feito um contrato de 130 milhões sem viabilidade e sem estudo técnico. Qualquer engenheiro diria que uma ponte convencional custaria um terço disso”, afirmou.
Márcio Corrêa explicou que, diante do cenário fiscal atual, não é possível destinar mais R$ 90 milhões para a conclusão da ponte. “Eu não vou tirar dinheiro da saúde, onde o povo está morrendo, ou da educação, onde faltam vagas nas creches, para terminar uma ponte estaiada de 140 milhões”, enfatizou. O prefeito destacou que levou o caso à GOINFRA (Agência Goiana de Infraestrutura) para verificar se há interesse do Estado em finalizar a obra, já que a prefeitura não possui condições financeiras para isso.
Durante a entrevista, o prefeito também reforçou sua política de austeridade ao mencionar a realização da Pecuária de Anápolis. Ele esclareceu que o evento contou com recursos de emendas federais articuladas com parlamentares, e que não houve gasto direto da prefeitura com shows. “Ajudamos com interlocução política, mas nenhum centavo do tesouro foi usado. A cidade precisa de festa, mas no momento certo”, declarou.
Por fim, Márcio Corrêa reiterou que pretende concluir todas as obras inacabadas, mas com responsabilidade fiscal. “Nosso desejo é finalizar o que foi iniciado, mas com prioridade. Hoje, a prefeitura gasta mais do que arrecada. Perdemos a capacidade de investimento. Não é razoável fingir que temos recursos ilimitados”, concluiu.