Coordenadora de Educação Física explica por que a corrida cresce entre todas as faixas etárias e apresenta orientações para quem quer começar a praticar.
Por Richelson Xavier
A corrida de rua está conquistando cada vez mais espaço entre pessoas de todas as idades, e esse fenômeno tem uma explicação clara. Segundo a professora Nicole Billerbeck, coordenadora do curso de Educação Física do Centro Universitário FAMA, o aumento de informação sobre saúde tem levado a população a buscar atividades acessíveis e que promovam qualidade de vida. “Diferente de outros esportes, a corrida exige pouco investimento inicial. Com um tênis e uma roupa adequada, a pessoa já pode ir para a rua, uma praça ou um parque”, explica. A professora também destaca que o avanço de eventos esportivos gratuitos e organizados por prefeituras e instituições tem estimulado a prática. “Em Anápolis temos o Circuito Anapolino de Corrida de Rua, que está na sua décima quarta edição. É motivador ver medalhas, resultados e pessoas de todas as idades participando”, afirma.
Para os iniciantes, Nicole reforça que o primeiro passo é simples: começar. “Você sabe correr. Quando era criança, ninguém precisou te ensinar. Nosso corpo foi feito para correr”, diz. A especialista orienta que o corredor ajuste o ritmo de forma gradual, aumentando tempo ou intensidade conforme a evolução, e destaque que o fortalecimento muscular é fundamental para evitar lesões. Ela também esclarece um conceito muito usado entre corredores: o pace, que indica quanto tempo a pessoa leva para percorrer um quilômetro. “Quanto menor o pace, mais rápida a corrida. Ele ajuda a planejar treinos e acompanhar o desempenho.”
Outro assunto que gera dúvidas é o uso do tênis correto. Nicole desmistifica a ideia de que é preciso investir alto para começar. “O tênis é importante, mas ele é coadjuvante. Primeiro, fortaleça seu corpo e ganhe constância. Depois, sim, você pode pensar em investir em um modelo mais tecnológico. Quem absorve o impacto da corrida são seus músculos e articulações”, declara. A recomendação, segundo ela, é escolher um calçado confortável, que permita mobilidade dos dedos e, se necessário, até comprar um número maior.
Além dos benefícios individuais, o aumento da prática de corrida impacta diretamente a saúde pública. Nicole destaca que a inatividade física e o comportamento sedentário estão associados ao crescimento de doenças cardiovasculares, diabetes, depressão e até câncer, conforme estudo publicado na revista The Lancet Global Health. A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana. “Quando as pessoas correm, reduzem riscos de doenças, melhoram o bem-estar mental e diminuem a demanda por atendimentos relacionados ao sedentarismo. Atividade física não é só ausência de doença: é bem-estar físico, mental e social”, reforça.
O curso de Educação Física do Centro Universitário FAMA prepara profissionais para orientar a população na adoção de hábitos saudáveis e prática esportiva. A graduação integra teoria e prática, com disciplinas como anatomia, fisiologia, nutrição, psicologia e estágios em academias, clubes e programas de saúde pública. “A FAMA forma profissionais capazes de motivar pessoas de diferentes idades e realidades, promovendo saúde, inclusão e qualidade de vida”, afirma Nicole.













