Por Cleide Hilário
Desde o início da pandemia da covid-19, vivemos com a sensação da crescente violência contra as mulheres. Não só as mortes violentas, mas também a violência doméstica, os estupros, os assédios e a pornografia de vingança através de exposição nas redes sociais.
Em Anápolis, esta realidade não é diferente, e mesmo com o apoio da rede de proteção local que engloba Polícia Civil, Polícia Militar (Patrulha Maria da Penha), Conselho Municipal da Mulher, OAB, Ministério Público, Centro de Referência de Atendimento a Mulher e a Procuradoria Especial da Mulher na Câmara Municipal, ainda travamos uma luta árdua para proteger e minimizar o número de vítimas na cidade.
Apesar do tema estar em evidência e haver abertura para o acolhimento da vítima, o assunto ainda é motivo de tabu em muitas famílias. Vítimas deixam de denunciar por vergonha e por falta de apoio do convívio familiar. E com isso, muitos dados não são divulgados, fazendo parecer que a realidade ainda é muito diferente, pois sem o conhecimento real do número da violência, fica mais difícil investir na proteção e na prevenção destas vítimas.
Desde que entrei na política, tento trabalhar para divulgar e apoiar as redes de apoio às vítimas de violência doméstica. Fazemos isso através de palestras em escolas, órgãos públicos, pit stop nas ruas e praças da cidade, tudo isso com o objetivo de encorajar e tornar público todos os meios de apoio a mulher vítima de violência de Anápolis.
Um dos braços de apoio importante é a Procuradoria Especial da Mulher na Câmara Municipal, onde desde o início deste mandato, realiza atendimento às mulheres vítimas de violência, por meio de consultoria jurídica gratuita. Em breve um novo local dentro da Casa de Leis será inaugurado para melhor atender e acolher essas mulheres.
Mas algumas dúvidas ainda pairam no ar. Por que tantas vítimas deixam de procurar essas redes? Será que somos invisíveis para este público que tanto sofre? O que mais precisamos fazer para que essa realidade seja diferente em nosso município?
Mesmo acompanhando de perto o trabalho dedicado de todos os envolvidos nessas redes de apoio, vejo o quanto ainda temos que lutar e nos unir para mudar essa realidade, e essa luta precisa ser enraizada desde muito cedo, promovendo um novo olhar nos jovens de hoje, que precisam entender que a violência esta em pequenas atitudes e que não devemos nos calar jamais!
Cleide Hilário, é casada, mãe, cristã e conservadora. Bacharel em direito, Vereadora em Anápolis e Procuradora Especial da Mulher na Câmara Municipal de Anápolis. Trabalha em prol do social há mais de 20 anos, defende bandeiras das mulheres contra a violência doméstica, do idoso e da criança. Faz parte do partido Republicanos desde 2007, que defende bandeiras como família, a fé e o conservadorismo. Instagram @cleidehilario10