Foto: Arquivo / Agência Brasil
Dados divulgados nesta quarta-feira, 1º, pelo portal G1, revelaram que o número de assassinatos em 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro, foi o menor registrado no país desde 2007, quando começou a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A queda foi de 1% em relação ao ano anterior, totalizando 40,8 mil mortes no ano passado, uma média de 110 assassinatos por dia. Os dados incluem homicídios e latrocínios, e foram coletados pelo G1, em parceria com o FBSP e o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP).
A mortalidade por esse tipo de causa no país cresceu desde 2007 e atingiu seu pico em 2017, com mais de 59 mil assassinatos registrados. A partir de 2018, houve queda para 51,6 mil e, desde então, o número de crimes permaneceu abaixo de 45 mil por ano. Em 2020, houve um aumento, mas nos dois anos seguintes, foram registrados os menores números da série histórica. Em cinco anos, entre 2017 e 2022, houve uma redução de 31%, o que corresponde a 18 mil mortes a menos.
De acordo com especialistas ouvidos pelo G1, vários fatores influenciaram na queda dos números de assassinatos, como políticas públicas estaduais, mudança nas dinâmicas dos grupos criminosos e mais recursos disponíveis para o setor da segurança pública. O período em que se observa a queda mais acentuada coincide com a regulamentação para facilitar o acesso a armas legais para pessoas que preenchem requisitos, incluindo a certidão negativa de qualquer crime. Para especialistas em segurança pública, o armamento da população civil pode inibir ações criminosas, já que o criminoso não terá mais certeza de que a vítima não reagirá. Dados mostram que em países com mais armas, o número de mortes é menor.
Apesar da queda geral, 14 das 27 unidades da federação apresentaram aumento no número de assassinatos, como Acre e Mato Grosso, onde o número aumentou 24% em relação ao ano anterior. O ranking dos Estados com maior taxa de assassinatos, considerando o número de mortes a cada 100 mil habitantes, é liderado por Alagoas e Amazonas, com 33,5, seguidos por Ceará, Rio Grande do Norte e Rondônia. Os estados com menor taxa de assassinatos foram São Paulo (7,1), Santa Catarina (8,7) e Distrito Federal (9,7).
A redução no número de assassinatos é uma boa notícia, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que o país alcance níveis aceitáveis de segurança. Os especialistas alertam que é necessário manter o investimento em políticas públicas e em recursos para a segurança pública para que os números continuem a cair e a população possa viver com mais tranquilidade.
Veja o número de assassinatos registrados no Brasil desde 2007, segundo o G1:
- 2007 — 44.625
- 2008 — 45.885
- 2009 — 44.518
- 2010 — 43.272
- 2011 — 48.084
- 2012 — 53.054
- 2013 — 54.163
- 2014 — 57.091
- 2015 — 55.574
- 2016 — 57.842
- 2017 — 59.128
- 2018 — 51.558
- 2019 — 41.730
- 2020 — 44.061
- 2021 — 41.019
- 2022 — 40.824
Fonte: Revista Oeste e G1