Com chegada de 53,5 mil porções da AstraZeneca e 28,8 mil da CoronaVac, público a partir dos 80 anos começar a ser imunizado no Estado. Amparado em recente decisão do STF, governador negocia diretamente com Embaixada da Rússia e com laboratórios para adquirir mais imunobiológicos, além dos lotes recebidos pelo Ministério da Saúde. “Peço aos prefeitos que vacinem dentro da faixa etária e sem fazer concessões”, destaca
Por Redação – Foto: André Saddi
As 82,3 mil doses da vacina contra a Covid-19 que chegaram a Goiás nesta quarta-feira (24/02) serão distribuídas aos municípios nesta semana e vão reforçar o plano estadual de imunização. O governador Ronaldo Caiado esteve na Central Estadual de Rede de Frio, unidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), para receber pessoalmente a segunda remessa, que, somada ao quantitativo de AstraZeneca, será destinada prioritariamente ao público com idade entre 80 e 84 anos. Como são necessárias duas aplicações da CoronaVac, o número de beneficiados com os lotes chegará a 67,9 mil goianos.
“Poderemos chegar a atingir até os 79 anos de idade. Eu peço aos prefeitos que vacinem dentro da faixa etária e sem fazer concessões”, solicitou Caiado, ao anunciar ainda que terá uma reunião na próxima terça-feira (02/03) com o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Pogóssovitch. “Vamos sentar e discutir a capacidade de entrega do governo russo e a de produção da empresa União Química”, detalhou.
Durante a entrevista coletiva na Rede de Frio, a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, informou que as vacinas começam a ser distribuídas para as 18 regionais a partir desta quinta-feira (25/02). “Cem por cento dos imunizantes da AstraZeneca serão para a dose 1”, explicou. Já as 28,8 mil da CoronaVac serão repartidas. “Metade fica guardada para garantir a segunda [aplicação] de quem recebeu a primeira”, complementou.
Além do contato direto com representantes estrangeiros, o governador tem negociado com donos de laboratórios para adquirir mais imunobiológicos. As tratativas tornaram-se possíveis após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a Estados e municípios a aquisição de imunizantes, caso a União não cumpra o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19.
“Eu sempre defendi o Plano Nacional de Imunização. O que buscamos é solidariedade federativa”, ressaltou. De acordo com Caiado, o objetivo dos governadores é buscar novas alternativas para reforçar o trabalho que vem sendo feito pelo governo federal. “Nossa responsabilidade é buscar caminhos para que o Brasil receba o maior volume de doses e que nós possamos, cada vez mais, vacinar as pessoas”, disse.
Crédito extraordinário
Além das remessas enviadas pelo Ministério da Saúde, o Governo do Estado recebeu outra boa notícia nesta quarta-feira. Foi aprovado em primeira votação, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o projeto de lei (PL) nº 4008/21, que autoriza o Executivo, por meio do Fundo Estadual de Saúde (FES), a utilizar R$ 60 milhões do orçamento para a compra de vacinas contra a Covid-19. A matéria foi enviada à Casa pelo governador Ronaldo Caiado e apreciada em caráter de urgência. “Fizemos um cálculo médio e, com esse valor, atingimos 1 milhão de doses”, destacou o governador.
Após lido em plenário e apreciado na Comissão Mista, o PL seguiu para votação em sessão extraordinária. O texto foi aprovado por unanimidade, com 28 votos favoráveis.
Adolescentes
Pesquisas realizadas pela SES revelam um crescimento exponencial de novos casos da doença entre os mais jovens. Segundo Flúvia Amorim, a Covid-19 tem infectado principalmente adolescentes entre 15 e 19 anos. “Isso, com certeza, é resultado das aglomerações, das festas e de encontros”, apontou.
A falta de cuidado dos adolescentes tem sido motivo de preocupação para as autoridades de saúde, uma vez que, ainda que assintomáticos, eles são disseminadores do vírus. “O jovem, muitas vezes, não será internado, mas contaminará pessoas mais velhas e que precisam de atendimento médico e de leitos”, afirmou a superintendente.
Assim como o governador, Flúvia reforçou o pedido de cuidado com os protocolos sanitários e chamou a atenção para os dois tipos de variantes epidemiológicas que circulam em Goiás. “A segunda onda está bem pior que a primeira”, alertou.