Após 74 anos, maior instituição de ensino superior de Anápolis passa a ser considerada universidade com todas prerrogativas legais. “A conquista não credencia mais direitos, pelo contrário, impõe mais deveres”, destaca Caiado. “Tenho muita alegria quando participo de um evento com homens públicos de verdade, que não querem roubar, mas sim doar”, diz titular do MEC. Governo de Goiás atende 600 estudantes matriculados na instituição por meio do Programa Universitário do Bem (ProBem), que já investiu R$ 23 milhões, em 2021
Foto: André Saddi
O governador Ronaldo Caiado e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, participaram da solenidade para transformação do Centro Universitário de Anápolis em Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica) ocorrida na noite desta segunda-feira (31/05), em Anápolis. O ato foi marcado pela assinatura de portaria ministerial para consolidação da mudança, efetivada após 74 anos de fundação da instituição. “Uma universidade tem dever com seu Estado, com a sociedade, para atuar em sintonia com pessoas de bem que queiram trazer pesquisa e trabalhar cada vez mais no apoio às famílias vulneráveis”, defendeu Caiado.
O governador defendeu o retorno das bolsas de pesquisa e especialização em benefícios para estudantes. Ele enalteceu a qualidade do trabalho realizado pela UniEvangélica e os desafios que o título de universidade traz. “A conquista não credencia mais direitos, pelo contrário, impõe mais deveres”, destacou, durante discurso.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, fez questão de proceder a assinatura do ato impresso que promove o status da instituição, juntamente com o governador e outras autoridades. “Deus preparou esse tempo para que um pastor e ministro assinasse o credenciamento”, declarou.
O ministro reforçou as características que marcam a conduta do gestor goiano. “Eu que ordeno por dia R$ 480 milhões, tenho muita alegria quando participo de um evento com homens públicos de verdade, que não querem roubar, mas sim doar”, enalteceu.
Em janeiro deste ano, o governador Ronaldo Caiado criou o Programa Universitário do Bem (ProBem) que oferece bolsas para estudantes que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Somente na Universidade Evangélica são 594 contemplados com o programa estadual.
Em 2021, o ProBem recebeu R$ 23 milhões em recursos estaduais. O montante foi destinado ao pagamento de parte da dívida com Instituições de Ensino Superior deixada por governos anteriores. O débito herdado soma oito meses de pendências financeiras com 82 faculdades credenciadas no então Programa Bolsa Universitária.
O reitor da UniEvangélica, Carlos Hassel Mendes, classificou o momento como memorável e agradeceu à comunidade acadêmica em geral pelo salto de qualidade do trabalho científico e de extensão. Ao lembrar a “saga histórica” da Associação Educativa Evangélica, reconheceu a importância da “luta” realizada pelos fundadores da instituição. “Aqueles que estão aqui há 40, 30, 20 anos podem testemunhar o quanto foi importante esta semeadura, como foi plantado com lágrimas, suor, dedicação e empenho”, lembrou.
O senador Vanderlan Cardoso destacou a atuação parlamentar para consolidar a autonomia administrativa e financeira de universidades em Goiás e outros estados – como Mato Grosso, Tocantins e Pernambuco – um grupo de instituições classificado como “supernovas”. “Hoje estamos aqui colhendo esses frutos. Está aí de fato e de direito a nossa Universidade Evangélica de Goiás”, celebrou. “A educação é o futuro de Goiás e do Brasil”, defendeu o senador Luiz do Carmo, também presente no evento.
A solenidade foi iniciada com um momento devocional, realizado dentro da tradição da instituição e proferido pelo capelão institucional da Associação Educativa Evangélica, reverendo Heliel Gomes de Carvalho. “Nossa missão não pode ser outra hoje: continuarmos responsáveis pela sociedade ao nosso redor”, defendeu ao lembrar o legado missionário da UniEvangélica. Houve ainda apresentação musical da Orquestra Sinfônica do projeto Criar e Tocar da associação, em parceria com a Prefeitura de Anápolis.
UniEvangélica
Detentora do maior conceito do Ministério da Educação (MEC) em Anápolis, a instituição de ensino superior está entre as melhores do Estado, conforme o Índice Geral de Cursos (IGC) de 2019. Na avaliação, a UniEvangélica tem conceito quatro e figura entre as quatro melhores de Goiás. São mais de 35 cursos de graduação, quatro mestrados e dois doutorados ofertados pela universidade, autorizados pelo MEC e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A Associação Educativa Evangélica (AEE), mantenedora da universidade, foi criada em 31 de março de 1947 por grupo de missionários e autoridades evangélicas, sob a liderança do reverendo Arthur Wesley Archibald. A primeira instituição mantida pela associação foi o Colégio Couto Magalhães, criado em 1932, em Anápolis. Desde a fundação, a UniEvangélica já foi Faculdades Integradas, Centro Universitário e, agora, atingiu o grau de Universidade Evangélica de Goiás.
O presidente da associação e chanceler da UniEvangélica, Augusto César Rocha Ventura, relembrou os primórdios da fundação da instituição ao destacar que os “fundadores pensaram longe” e reforçou que a responsabilidade aumenta muito mais com a mudança de nível da instituição. “Faço um compromisso com a sociedade: vamos investir sempre na excelência da educação, queremos ver o Brasil transformado. Uma universidade é fundamental para isso, não existe desenvolvimento sem conhecimento”, assinalou.
Para o vice-prefeito de Anápolis, Márcio Cândido, que representou o prefeito Roberto Naves, o dia é histórico para a educação superior no município. Ele enalteceu os frutos da atuação conjunta entre Prefeitura e instituição. “Fico feliz com as parcerias com a UniEvangélica. Todas elas fazem com que a cidade de Anápolis esteja mais preparada para os desafios que vêm pela frente”, defendeu ao citar ações na área da saúde e cultura.
Estiveram presentes na solenidade ainda a reitora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Olga Ronchi; os deputados federais por Goiás Vitor Hugo, João Campos e Adriano do Baldy; os deputados estaduais Amilton Filho e Coronel Adailton; o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Wanderberg Venceslau Rosendo Dos Santos; o presidente da Câmara dos Vereadores de Anápolis, Leandro Ribeiro, representado pela vereadora Andreia Rezende; o comandante da Ala 2 da Força Aérea Brasileira (Base Aérea Brasileira), coronel aviador Gustavo Pestana Garcez; o secretário de Estado da Retomada, César Moura; os presidentes do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo), Hélio Lopes, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Robson Vieira; o assessor especial da governadoria, Lyvio Luciano.
Participaram ainda os presidentes das Assembleias de Deus, pastor Bertiê Adais Magalhães e José Clarimundo César; o diretor geral da Santa Casa, padre Clayton Bêrgamo; os comandantes do 3° Comando Regional da Polícia Militar, tenente coronel Jorge Luiz Marreiros, e do Corpo de Bombeiros, Marcos Abraão Monteiro de Paiva; o secretário de Educação de Goiânia, Wellington Bessa, que representou o prefeito Rogério Cruz; o líder da Assembleia de Deus Campo de Campinas, bispo Oídes José do Carmo; representando a Ordem dos Advogados do Brasil Goiás (OAB), a diretora-adjunta Mariane Morato Stival; o representante da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (Casag), Davi Soares; membros dos conselhos da AEE, diretores de faculdades e colégios; pró-reitores, coordenadores de cursos, professores e alunos.