Parlamentar defende trabalho social da igreja em bairro vulnerável, cobra regulamentação de lei sobre fogos e diz que fé tem sido tratada com dois pesos e duas medidas na cidade.
Por Richelson Xavier – Foto: Jousa
O vereador Wederson Lopes (União Brasil) usou a tribuna da Câmara Municipal nesta segunda-feira (20) para fazer um discurso em defesa da Church City, igreja que atua no bairro Calixtolândia, e que foi alvo de críticas após usar fogos durante um batismo no último domingo (19). O parlamentar destacou o trabalho social e espiritual da igreja, classificando as críticas como “uma tentativa de perseguir e desmerecer o que é sagrado”.
“Ontem, a minha igreja fez um batismo onde 60 pessoas desceram às águas. Pessoas que estavam no caminho das drogas, pessoas que estavam no caminho da prostituição. A nossa igreja decidiu ir para o bairro Calixtolândia— um centro de prostituição e tráfico de drogas em Anápolis — e lá temos evangelizado, transformando vidas. E o que destacam? Os fogos, que duraram menos de cinco minutos”, afirmou o vereador.
Wederson também cobrou a regulamentação da Lei Municipal nº 398/2020, que restringe fogos com estampido, mas ainda não foi aplicada pelo Executivo. Segundo ele, o texto legal foi promulgado há quatro anos, mas “permanece sem qualquer fiscalização efetiva”.
“Essa lei diz que precisa ser regulamentada pelo Poder Executivo. Cadê a regulamentação? Quem fiscaliza? Ela foi promulgada em 2020 e até hoje nada. Então vamos fazer uma cruzada: que ninguém solte fogos em jogos, no Réveillon, em eventos — mas que não usem dois pesos e duas medidas. Quando é igreja, há uma perseguição religiosa camuflada. Eu não vou aceitar isso”, disparou.
O vereador fez ainda uma comparação direta com outros eventos públicos que utilizam fogos, como partidas de futebol e festas populares, e denunciou o que chamou de “discurso seletivo”.
“Nos jogos do Anápolis e da Anapolina tem fogos com estampido. No Réveillon, tem fogos em toda a cidade. E ninguém fala nada. Mas quando é igreja, aí muda de figura. Aí vira polêmica, vira manchete. Isso é perseguição religiosa, e enquanto eu estiver aqui, vou defender as igrejas, os pastores e os cristãos dessa cidade”, declarou.
Wederson também aproveitou o discurso para responder às críticas dirigidas à Marcha para Jesus, realizada no último sábado (18), após oito anos sem ocorrer.
“Foram nove horas de marcha, com oração, adoração, gente ajoelhada na chuva. Mas as pessoas querem manchar o evento porque as autoridades falaram por 30 minutos. Isso é injustiça. Isso é falta de respeito com o povo de fé”, criticou.
O parlamentar concluiu o discurso em tom emocional, reafirmando seu compromisso com a liberdade religiosa e com a transparência de sua atuação política.
“Enquanto eu estiver nesta Casa, vou defender o direito de adorar a Deus. Não aceito essa perseguição disfarçada. E mais: não aceito que deem mais voz a perfis falsos na internet do que a quem dá a cara e trabalha pela cidade. Eu nasci aqui, tenho 50 anos, estou no meu quarto mandato, já fui secretário em várias pastas, e sigo com as mãos limpas. Vou continuar lutando por justiça, fé e verdade”, finalizou sob aplausos no plenário.