Rita de Cássia aponta avanço acelerado das inteligências artificiais e defende formação universitária como proteção profissional.
Por Richelson Xavier
O impacto da inteligência artificial (IA) sobre o mercado de trabalho já é real — e tende a crescer rapidamente nos próximos anos. A avaliação é de Rita de Cássia da Costa Silva, coordenadora de Engenharia de Software e Inteligência Artificial do Centro Universitário FAMA, que alerta para transformações profundas especialmente nas áreas de design, marketing, tecnologia e produção audiovisual.
Segundo Rita, as ferramentas de IA que geram imagens, vídeos e códigos estão assumindo tarefas antes exclusivas de profissionais especializados. “Hoje já surge a dúvida: é real ou não é? A IA está produzindo conteúdos visuais e estéticos com um nível de precisão que antes dependia do olhar humano”, afirma. Ela destaca que design, branding e criação de identidade visual são setores onde a substituição já começou a ser sentida. “Áreas que demandam escolhas de layout, cor e estilo vão precisar de menos profissionais, porque essas IAs fazem o básico muito bem.”
A programação também passa por mudanças. Rita explica que códigos simples já podem ser gerados com auxílio da inteligência artificial, reduzindo a demanda por desenvolvedores júnior. “A área de software vai precisar de menos gente para tarefas básicas. A IA já entrega códigos prontos com qualidade, e isso muda o perfil de contratação.” Em contrapartida, atividades mais manuais e industriais, como construção civil, ainda não sentem os efeitos da automação no mesmo ritmo.
Apesar do avanço tecnológico, a coordenadora reforça que a qualificação formal voltará a ser um diferencial decisivo. “Na pandemia, o diploma perdeu peso e o mercado queria saber se você sabia fazer. Agora há um funil. Quem tiver o bacharelado vai ficar com as vagas. Um curso rápido de programador não forma um profissional completo.” Ela destaca que a FAMA tem estruturado a graduação para preparar estudantes para o futuro do setor. “O mercado pode ter um déficit de 500 mil profissionais até 2029. Nós já estamos formando para essas vagas.”
Rita também incentiva quem deseja ingressar ou se manter na área a se especializar. “Tecnologia é um universo. Ninguém domina tudo. É importante conhecer os caminhos, testar afinidades e escolher uma vertente: dados, front-end, back-end, IA. Isso garante empregabilidade.” Por fim, ela faz um convite direto: “Os vestibulares da FAMA já estão abertos. Quem estiver atento agora vai ocupar os melhores espaços nesse mercado que está mudando muito rápido.”