Até 2060, pessoas com mais de 60 anos representarão mais de 25% da população brasileira. Atento a essa tendência, o mercado imobiliário começa a oferecer projetos que trazem o conceito de Senior Living, imóveis que atendam as necessidades desse público
Por Redação – Foto: Divulgação Prefeitura
Pessoas com 65 anos já representam mais de 10% da população brasileira e, até 2060, elas corresponderão a 25,5% dos habitantes no país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registra também que nos últimos 60 anos ganhamos quase que duas décadas e meia de expectativa de vida, saltando de 52,5 anos para 76,3. Fato é que as gerações mais maduras estão vivendo mais e prontas para novas experiências.
Atento a essa tendência social, o mercado imobiliário brasileiro começa a oferecer projetos que contemplam também conceito de Senior Living, que consiste em projetar imóveis que atendam as necessidades desse público mais longevo. O engenheiro e incorporador Cleberson Marques destaca que a maior expectativa de vida trouxe ao público sênior da atualidade uma nova visão de si mesmo e de sua atual fase, como uma oportunidade para se desfrutar da vida com muito mais consciência. Tanto que está ganhando uma nova nomenclatura, a madurecência.
“Trata-se de uma etapa de vida ativa, em que os filhos já estão criados, a vida profissional já avançada ou concluída, e agora há tempo para desfrutar da vida e dos relacionamentos. Por outro lado, sabem que não há tempo a perder com o que não soma, não acrescenta. Então, entram em cena a praticidade, o conforto e a objetividade, princípios que aparecem também nos projetos imobiliários que desejam alcançar esse público”, diz.
Ele considera que eles buscam moradias mais compactas, funcionais e muito bem localizadas, com tudo que se precisa bem perto. Também agrega a acessibilidade e a oferta de vários serviços nas áreas de saúde e bem-estar. “O público sênior não é necessariamente mais exigente. Acho até que eles são mais simples. São dispostos a investir em sofisticação, desde que ela faça sentido em seu dia a dia, em seu conforto e bem-estar”, ressalta.
Em Anápolis, ele desenvolve o projeto do complexo imobiliário Gran Life. Embora não seja voltado exclusivamente ao público sênior, possui atributos que atendem a seus anseios. Na parte residencial, os apartamentos são compactos, de 49 a 77 metros quadrados, fácil de cuidar, mas com estruturas e serviços que são importantes para esse público. No lazer, espaço de leitura, horta comunitária e todas aquelas estruturas de um prédio convencional, como piscina, sauna, brinquedoteca, salão de festa e outros. Do lado, um shopping com foco especial em serviços, inclusive os de saúde, uma vez que o complexo também terá um hospital de alta complexidade, que terá consultoria do Sírio Libanês.
“Estamos fazendo um flat de serviços, no qual iremos integrar o Gran senior care, que é um serviço de monitoramento e cuidadoria, envolvendo inclusive a assistência médica do hospital, que possui um corpo clínico completo, enfermeiro, técnico de enfermagem. A ideia é oferecer como opção aos moradores dos apartamentos serviços como acompanhamento médico, prescrição médica, monitoramento 24 horas, acompanhantes para passeios ou visitas, e um pacote de serviço de emergência e resgate, caso esse idoso venha sofrer alguma intercorrência dentro de sua unidade”, detalha Cleberson.
Mercado
No Brasil, apesar do acelerado crescimento da população com mais de 60 anos, ainda são poucos os projetos que agregam esse conceito Senior Living. Nos Estados Unidos, que possui um mercado imobiliário consolidado e ao mesmo tempo variado, este segmento de moradias com serviços voltados para a população da terceira idade movimentou 1,7 bilhão de dólares só no segundo trimestre de 2018, conforme dados do Escritório de Estatísticas de Trabalho dos EUA.
“O mercado de imóveis visando atender necessidades do público da terceira idade é pouco explorado aqui no Brasil, onde ainda é um oceano azul a ser navegado”, avalia Burton Atanasov Lago, gerente comercial do Gran Life. Ele explica que a escolha de Anápolis para abrigar o projeto mixed use, o primeiro da cidade, não se deve apenas à forte economia do município, que é o segundo maior PIB do Estado, mas também por ser referência em serviços de saúde para mais de 50 cidades.
“Anápolis, que é um importante berço de saúde da região centro-norte de Goiás e até de parte do Estado do Tocantins, recebendo uma população significativa que vem aqui se tratar, não tinha nada parecido com esse empreendimento mixed use”, destaca o gerente. Além de ter uma torre residencial instalada sob um hospital, o projeto do Gran Life prevê também outra torre com salas comerciais voltadas para profissionais de saúde.
O residencial contará com uma estruturação e uma preparação para atender esse público da terceira idade. “São apartamentos que já vêm preparados com suítes em todos os quartos, com lavabo, com portas mais largas, fechaduras eletrônicas que dão mais segurança a essas pessoas”, explica o incorporador Cleberson Marques.
Com informações da Comunicação Sem Fronteiras