Deputado afirma que Brasil vive censura institucionalizada, critica a esquerda e acusa STF de perseguir Bolsonaro por liderar pesquisas eleitorais.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) reagiu duramente à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu o ex-presidente Jair Bolsonaro de conceder entrevistas transmitidas por redes sociais. Em entrevista ao portal Metrópoles após coletiva da oposição na Câmara nesta segunda-feira (21), o parlamentar classificou a medida como autoritária e incompatível com a democracia. “Como impedir uma pessoa de dar entrevista contribui para fortalecer a democracia?”, questionou.
Segundo Nikolas, a decisão do STF revela uma escalada de censura no Brasil. Ele comparou o caso a situações envolvendo criminosos notórios, como Fernandinho Beira-Mar e Suzane von Richthofen, que, segundo ele, não foram impedidos de se comunicar com familiares ou conceder entrevistas. “O Lula deu entrevista na cadeia. Bolsonaro está sendo proibido até de falar com o filho. Isso não é Justiça, é perseguição política”, disparou. Para o deputado, o Judiciário brasileiro tem criminalizado ações da direita enquanto fecha os olhos para atos semelhantes da esquerda.
O parlamentar também fez críticas ao que considera hipocrisia da esquerda em relação à soberania nacional. “Quando o Eduardo Bolsonaro recorre a organismos internacionais, é ataque à soberania. Mas ninguém falou nada quando Lula mandou avião buscar a ex-primeira-dama do Peru condenada por corrupção, ou quando defendeu Cristina Kirchner”, argumentou. Ele ainda acusou o governo de usar alianças com países como China e Cuba para avançar com pautas autoritárias no Brasil.
Por fim, Nikolas afirmou que o cerco a Bolsonaro se deve ao seu desempenho nas pesquisas e à mobilização crescente da população. “Não é por tentativa de golpe, é porque ele está em primeiro lugar”, disse. “No Brasil, quem não comete crime vai preso, quem comete vira presidente”. O deputado também alertou para o risco de prisão de parlamentares da oposição e defendeu mobilização da sociedade. “O que mais precisa acontecer para entenderem que não estamos mais numa democracia?”, concluiu.