Da Redação
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), deflagrou nesta segunda-feira, dia 1º, uma operação para desarticular um esquema fraudulento no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo). De acordo com as investigações, as irregularidades tiveram início em 2011 e o prejuízo pode chegar até R$ 500 milhões. O trabalho dos policiais teve apoio da Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (SCCCO) da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Os alvos da operação são funcionários da GT1 Tecnologia, empresa que presta serviços terceirizados ao instituto. No total, foram cumpridos oito mandados judiciais de afastamento de funções públicas, quatro de busca e apreensão e seis de intimações simultâneas.
Conforme apurado pela polícia, o esquema beneficiava prestadores de serviços, como médicos, clínicas, laboratórios e hospitais. Cada beneficiado pagava R$ 35 mil por cada inclusão indevida no sistema. “Os suspeitos criaram uma espécie de operador fantasma no próprio sistema de tecnologia. Eram dois CPFs inválidos no sistema e isso permitia que os suspeitos colocassem qualquer tipo de pessoa física ou jurídica sem passar pelos procedimentos necessários”, explicou o delegado Rhaniel Almeida.
Segundo o delegado, os funcionários envolvidos no esquema recebiam, ainda, de R$ 600 a R$ 800 por cada operação realizada de forma indevida. “A primeira etapa do trabalho da Polícia Civil começou pelo núcleo de tecnologia porque é preciso evitar que mais dinheiro seja desviado. Agora, vamos focar na identificação de prestadores de serviço que foram beneficiados indevidamente”, destacou.
Na apresentação do caso, o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, ressaltou que, além dos prestadores de serviços médicos beneficiados de forma indevida, houve, ainda, a inserção ilegal de usuários no sistema do Ipasgo. “Pessoas que não possuem vínculo com o serviço público foram colocadas como usuários. De um universo de 600 mil pessoas, acreditamos que de 15% a 20% foram colocados de forma fraudulenta”.
De acordo com o titular da SSP, já está comprovado que o esquema existe desde 2011, mas a possibilidade de ter começado antes está sendo investigada. “Há a suspeita de que o início desse processo de corrupção esteja em andamento há pelo menos uma década. Vamos investigar neste sentido. Importante destacar que, apenas com esta primeira fase da operação, o Ipasgo terá melhores condições financeiras”, disse Rodney Miranda.
O secretário também lembrou que o Governo de Goiás é contrário a qualquer tipo de irregularidades que possam gerar desfalques ao erário. Medidas de compliance, que vão combater ainda mais qualquer ato de corrupção na administração pública, já estão sendo implantadas em todos os órgãos do Estado. “Nenhum ato que possa gerar prejuízo aos recursos públicos será tolerado. Esta é uma das principais determinações do governador Ronaldo Caiado”, garantiu.
A atual gestão do Ipasgo tem dado total apoio às investigações da Polícia Civil e outras ações realizadas pela SSP. O instituto também tem colaborado com o trabalho de auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE). A nova gestão apoia todas as medidas de combate à corrupção.
Com informações da Secretaria de Segurança Pública