Até o domingo (19), o governo do estado registrou oficialmente 284 ataques
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Pelo sétimo dia seguido o Rio Grande do Norte registrou ataques criminosos contra prédios públicos, comércios e veículos no estado. Até o domingo (19), o governo do estado registrou oficialmente 284 ataques. E mais de 130 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento.
A onda de ataques ocorre no estado desde a terça-feira (14), quando ao menos 50 cidades foram alvos de destruição. Segundo a polícia, as ações são comandadas por uma facção criminosa.
Segundo o especialista em segurança pública Leonardo Santana a onda de ataques que ocorrem no Rio Grande do Norte é decorrente de vários fatores, inclusive de uma política pública de segurança frágil ao longo dos anos.
“Para que você tenha toda essa estrutura, você precisa considerar primeiro que crime organizado precisa ter dinheiro. Nós não temos um histórico de em um curto espaço de tempo você conseguir reunir tanto investimento para fazer um ataque em tantos pontos distintos, então o dinheiro seria o primeiro elemento. O segundo elemento seria o movimento de lideranças. Então existe sim um desenvolvimento de lideranças estruturado e um desenvolvimento que não acontece apenas do lado de fora. Você tem as lideranças nas cidades, e também lideranças no sistema carcerário. E a parte mais complicada é o desenvolvimento de boas políticas públicas de segurança”, explica.
Santana enfatiza que para conseguir controlar a onda de ataques é necessário repensar toda a estrutura de segurança pública no estado.
“É necessário dar uma demonstração imediata de muita força e muita força não significa só o confronto com esses agressores, significa demonstrar quanto que eu vou investir agora nas forças de segurança. É preciso mostrar para a população que outros órgãos vão estar envolvidos nesse processo. E um outro ponto importante saber como se vai atuar hoje dentro do sistema prisional. O sistema carcerário continua sendo uma das partes do cérebro desse modelo de ataque”, aponta.
Fonte: Brasil 61