Categoria denuncia abandono do Estado e cobra valorização; universidade é a única estadual do país sem plano de cargos específico para servidores.
Os servidores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) deflagraram nesta quinta-feira (10) uma greve por tempo indeterminado, em protesto pela ausência de um Plano de Cargos e Remuneração (PCR), pauta considerada histórica pela categoria. O movimento, aprovado em assembleia geral, teve início oficial às 14h com um ato em frente à sede administrativa da universidade, em Anápolis, e conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Goiás (Sindipúblico).
A UEG é atualmente a única universidade estadual do país que não possui um PCR específico voltado aos seus servidores técnicos e administrativos. A ausência do plano, segundo os manifestantes, representa um grave obstáculo à valorização da carreira, ao reconhecimento funcional e à estabilidade institucional da universidade.
“O PCR é inegociável para a nossa categoria porque é uma forma de valorização dos servidores e, por isso, não podemos abrir mão deste direito”, declarou a servidora Érica Siqueira durante o ato. Bruno Miranda, também servidor da UEG, afirmou que a greve não é uma ação precipitada. “Essa não foi a única proposta que apresentamos ao governo, mas infelizmente a gestão atual sempre nos ignorou. Isso mostra que o estado de Goiás constantemente viola a autonomia financeira e administrativa da UEG”, criticou.
De acordo com o presidente do Sindipúblico, Nylo Sérgio, todos os trâmites legais foram respeitados desde o início das negociações com o Executivo estadual. “Cumprimos todos os ritos processuais. Essa é uma luta justa, onde os servidores de todos os campus da universidade puderam debater e acompanhar as tratativas até se esgotarem as possibilidades de negociação”, destacou.
Um novo ato está programado para esta sexta-feira (11), às 9h, também em Anápolis, com o objetivo de manter a mobilização e aumentar a pressão sobre o governo de Goiás. O sindicato reforça que a greve será mantida de forma pacífica e organizada, buscando garantir que os alunos da instituição não sejam prejudicados pela falta de ação do Executivo.