Especialista Revela os Bastidores das Redes de Exploração Sexual e os Desafios Enfrentados pelas Autoridades
Foto: Arquivo pessoal
Um caso chocante descoberto na última quarta-feira revelou a terrível realidade enfrentada por cinco mulheres brasileiras mantidas em cárcere privado num apartamento na cidade portuária de Alicante, na Espanha. Waldimeiry Correa, uma respeitada pesquisadora sobre tráfico humano e professora de Direito Internacional e Relações Internacionais da Universidade de Sevilha, traz à luz as táticas sombrias das quadrilhas especializadas em tráfico humano para fins de prostituição, especialmente na Europa. As informações são de O Globo.
Correa, que vive na Espanha, destacou que muitas vezes ex-vítimas são recrutadas para aliciar novas pessoas. Elas geralmente chegam com dívidas iniciais impostas pelos criminosos, envolvendo passagens aéreas superfaturadas, reservas falsas em hotéis e documentos adulterados. A exploração é implacável, com ameaças constantes, câmeras de vigilância, proibição de recusar clientes ou condições, e punições físicas por desobediência.
A pesquisadora também expôs a relação entre o tráfico de pessoas e o tráfico de drogas, revelando que muitas vezes as vítimas são forçadas a usar drogas para aguentar as rotinas exaustivas. Quando essas redes são descobertas, as vítimas têm direito à reparação, mas a falta de um fundo de reparação adequado no Brasil deixa essas pessoas vulneráveis à reincidência das quadrilhas.
A Espanha, segundo Correa, é um dos principais destinos para brasileiras traficadas. A prostituição não é regulamentada no país, tornando-o um terreno fértil para a exploração sexual. A especialista destacou a necessidade de um debate aprofundado sobre a prostituição como trabalho e as crescentes demandas por serviços sexuais entre os espanhóis, especialmente os jovens.