Por Moisés Drant Júnior
As vezes na intenção de nos proteger, criamos certos mecanismos de defesas que além de nos deixar solitários, tem também fortalecido em nós uma sensação de incapacidade em tudo que fazemos e somos na vida das pessoas, sendo assim, totalmente inseguros. Uma boa palavra para definir esse grupo de pessoas é orgulho. Pessoas orgulhosas, por exemplo, quando você conversa com elas, você percebe que não existe outro assunto que não seja o “eu” delas, são elas e suas perspectivas de problemas onde curiosamente, são sempre vítimas e os outros os vilões que por algum motivo —motivo esse desconhecido, por mais que geralmente elas se sintam especial além da medida—todos morrem de inveja e tramam contra ela. É claro, existe níveis de pessoas assim, toda generalização é burra é importante lembrar. Encontramos personalidade onde alguns são totalmente aguçados, já outros de forma mais moderada, mas o ponto que quero chegar é que estes muros para proteger nosso ego nos deixa refém da aprovação do outro, ainda que venhamos dizer que não estamos mais dispostos a tê-la. Numa busca frenética por sempre acertar, a tal forma de muitas vezes nem tentarmos aquilo que tanto queremos, para as imperfeições não acontecerem.
Antigamente achava que eu não era orgulhoso, pois sempre fui uma pessoa muito fácil de perdoar, foi totalmente agonizante perceber que orgulho também se trata de um comportamento tão exigente consigo e afim de ser perfeito em tudo que faz e não aceitar críticas sobre o meu trabalho. Li em um livro uma frase que dizia “A sinceridade é um remédio mais forte do que a simpatia, que pode consolar, mas geralmente dissimula” fiquei totalmente assustado, por que sempre achei que a sinceridade nos impedisse de ter máscaras, porém quando observamos um pouco mais de perto, podemos concluir que não. Ser orgulhoso nos torna ainda mais solitário, por que além de vermos todos como inimigos, temos a sensação de não sermos compreendidos por nossos amigos, já que eles não ficam do nosso lado em todas as situações. Uma das coisas que mais gosto na terapia por exemplo, é o fato de como ela nos faz enxergar justamente de uma maneira que na maioria das vezes não queremos nos ver, a prova disso, vivi certos momentos que dei uma resposta sincera sobre alguma situação que eu havia vivido, mas ao investigar do porque fiz isso, vi que tinha um motivo por trás. Nossa mente tem a capacidade de nos sabotar para realizar aquilo que nosso inconscientemente de fato quer muito fazer. Em momentos como esse eu tive a chance de assumir o meu desejo e deixar o muro que todos nós, inclusive eu, construí a minha volta vir a ruínas ou ficar totalmente na defensiva e começar a me justificar compulsivamente—o que na maioria das vezes acontece e nem percebemos.
O caminho da honestidade é o mais árduo, sem dúvida muito desconfortável, mas ainda sim, eu o considero mais leve. Eu acho essa palavra “Honestidade” totalmente sexy, no entanto nada sedutora, todos dizem querer honestidade, mas poucos sustentam exercê-la. Me permito dizer, ainda irei tatua-la. Ser honesto é necessário. Infelizmente está fora de moda, pois temos aprendido a viver em máscaras, um exemplo disso é a vida editada do Instagram. Preciso citar Lara Nesteruck, para lembra-los que não estou incentivando ninguém a sangrar no tanque de tubarões e sair sendo honesto com pessoas que podem pegar suas confissões e usar isso contra você, não é sobre isso, do que adiante você abrir gavetas se você não souber arrumar as roupas bagunçadas? Na verdade, não posso nem te afirmar que o terapeuta que você for buscar, não vá te frustrar, existem charlatão em todos os ramos, até na psicanálise, pasmem até mesmo no cristianismo. Se você se esforçar a fazer uma boa pesquisa e procurar por boas referências, certamente irá ter um êxito melhor do que apenas ficar remoendo suas dores e desabafando com qualquer um. Contudo é necessário saber que em todos os lugares nós temos uma grande chance de sermos decepcionados, inclusive quando enxergamos as nossas atitudes com as pessoas que mais amamos, é nessas horas que devemos estabelecer pontes de perdão, compaixão e o tão desgastado amor, não apenas para as pessoas, mas principalmente para dentro de nós.