Em reunião da CCJC, deputado goiano afirma que Congresso foi “dissolvido” e que ministros derrubam decisões parlamentares, ignorando a democracia.
Em uma fala durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, nesta semana, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de usurpar as funções do Legislativo e alertou que o Brasil vive “à beira de uma ditadura completa”. O parlamentar direcionou críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes e disse que decisões da Corte derrubam votações legítimas do Congresso.
“A gente tá aqui brincando de casinha! Esse Congresso foi dissolvido! Qualquer um que fala mais alto aqui sofre busca e apreensão em casa! Quem você acha que é pra questionar o Moraes?!”, declarou Gayer, em tom exaltado, ao criticar a atuação do Judiciário. Segundo ele, “a gente vota alguma coisa aqui, e ele simplesmente não acredita, vai lá e derruba! Então fecha isso aqui! Assumam logo que vivemos numa ditadura!”.
O deputado afirmou que nunca na história do país foi tão importante ter parlamentares dispostos a enfrentar o que chamou de “abuso de poder” do STF. “Presidente, você foi colocado em inquérito! Eu também! E vários outros aqui! Nos perdoem, mas nós não vamos parar de lutar pelo nosso país!”, disse, ressaltando que no último dia 3 de agosto “milhões de pessoas foram às ruas” para protestar contra a situação.
Gayer destacou que os atos populares não foram apenas em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas contra o que classifica como a escalada autoritária no país. “Não foi por Bolsonaro! Foi porque o povo não aguenta mais! Eles sabem que o Brasil está à beira de uma ditadura completa! O Brasil é refém! Refém do mal! Refém do crime organizado! Refém de um ditador que saiu do controle! Um ditador que nem o próprio STF consegue mais controlar!”, afirmou.
Em tom de desafio, o deputado questionou se a solução esperada seria o silêncio dos parlamentares. “E agora o que querem? Que a gente fique em silêncio, quietinhos, pra talvez não sermos devorados? Covardes!”, concluiu, arrancando reações na comissão e reforçando sua disposição de manter o enfrentamento político.