Comentarista critica falta de provas e acusa PGR de construir narrativa baseada em “achismos” e pressão sobre delator.
Por Redação
O comentarista Caio Coppolla criticou duramente a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro durante uma análise na CNN. Ele afirmou que a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é “juridicamente nula” e não encontra amparo em outras evidências. “Essa denúncia não passa de uma peça de ficção sobre um golpe imaginário”, disse Coppolla, destacando que a transição de poder em 2022 foi pacífica e que Bolsonaro até facilitou a posse do novo governo.
Coppolla ressaltou que, após anos de investigação, não foram encontradas mensagens, gravações ou documentos que vinculem Bolsonaro a qualquer ordem criminosa. Ele citou uma manchete da Folha de São Paulo que afirmava, sem provas, que Bolsonaro “aceitou matar Lula”. “Isso não é suficiente para denunciar ninguém, especialmente considerando que nenhum depoimento ou inquérito da Polícia Federal corrobora essa tese”, afirmou. O comentarista também destacou o uso excessivo de termos condicionantes, como “hipótese” e “possibilidade”, na denúncia, o que, segundo ele, revela a fragilidade da acusação.
Além disso, Coppolla apontou que Mauro Cid foi preso preventivamente e só liberado após fechar o acordo de delação, prática que o ministro Gilmar Mendes (STF) já classificou como “coisa de pervertidos” e “tortura”. Ele também citou áudios vazados pela revista Veja, nos quais Cid confidenciou que foi pressionado a mudar sua versão dos fatos. “Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, coisa que não aconteceu”, disse Cid nos áudios. Para Coppolla, a delação só tem a força que os “teóricos do golpe” estão dispostos a dar, mas, sozinha, não se sustenta no direito.