Presidente da comissão especial fala ao Jornal da Voz FM sobre atacadistas no centro, restrições ao transporte pesado, limites territoriais de Anápolis e possíveis mudanças no perímetro urbano.
Por Richelson Xavier
A Câmara Municipal de Anápolis realizou, na tarde desta quinta-feira, 13 de novembro, a sexta reunião da Comissão Especial responsável pela revisão do Plano Diretor. O encontro ocorreu na sede da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) e reuniu a presidente do Legislativo, Andreia Rezende, o presidente da comissão, vereador Wederson Lopes, e os parlamentares Elias do Nana, Alex Martins e Cleide Hilário. O objetivo foi avançar no debate sobre diretrizes urbanísticas, mobilidade e ocupação do solo no município.
Em entrevista concedida ao Jornal da Voz FM 107.7, o vereador Wederson Lopes (UB), que preside a comissão, explicou alguns dos pontos em análise e destacou que as discussões seguem abertas a ajustes. Entre os temas mais sensíveis está a situação dos atacadistas instalados na região central da cidade. Segundo o parlamentar, uma das alternativas estudadas é estabelecer horários específicos para circulação de caminhões e para operações de carga e descarga, evitando congestionamentos e conflitos com o fluxo comercial. Ele citou como possibilidade a limitação da passagem de veículos pesados entre 7h e 10h e entre 16h e 18h. “São ideias que têm sentido. Mas precisamos sentar à mesa, ouvir o setor e entender o que é viável. Não se trata de retirar os atacadistas do centro, e sim de organizar melhor o espaço urbano”, afirmou.
Wederson também destacou que os desafios de expansão territorial de Anápolis precisam ser enfrentados com planejamento. Segundo ele, os limites geográficos do município são estreitos, já que áreas próximas ao Daia, ao setor Fabril, à Base Aérea e ao Promissão fazem divisa imediata com cidades vizinhas como Silvânia, Campo Limpo, Abadiânia e Goianápolis. Além disso, o vereador explicou que grande parte do território anapolino é influenciado pelas Áreas de Proteção Ambiental do João Leite, do Antas e do Piancó, que possuem planos de manejo com regras rígidas de ocupação. “Hoje existem tecnologias para garantir desenvolvimento econômico sustentável. Por isso, discutir a atualização desses planos também é essencial”, disse.
O parlamentar ainda abordou um tema considerado polêmico: a possibilidade de extinguir a zona rural do município e transformar todo o território de Anápolis em perímetro urbano, mantendo a permissão para atividades rurais. Segundo Wederson, essa configuração já existe em outras capitais, como Curitiba, e deve ser analisada com cautela. “Quais seriam os pontos positivos e negativos? Estamos estudando. É uma discussão profunda que precisa ouvir especialistas, moradores e os setores produtivos”, afirmou.
Wederson ressaltou que, embora o Plano Diretor tenha vigência de dez anos, o planejamento urbano deve mirar horizontes mais longos, como já ocorre em outras cidades-modelo. “Curitiba está revisando sua gestão urbana pensando os próximos 50 anos. É esse tipo de visão que precisamos perseguir. Anápolis tem potencial para crescer de forma ordenada, moderna e sustentável”, concluiu.
Com novas reuniões previstas, a comissão seguirá ouvindo representantes da sociedade civil, setores econômicos e órgãos técnicos antes de consolidar a proposta final que será enviada ao plenário da Câmara. O processo de revisão deve se estender pelos próximos meses.













