Samuel Gregg demonstra como a pressão lacradora exercida sobre as empresas produz perdas financeiras e desvirtua as empresas de seu objetivo específico.
Por Samuel Gregg – Diretor de pesquisas do Acton Institute
Trechos do artigo:
Uma das tendências mais preocupantes a emergir no mundo dos negócios é o “capitalismo consciente” (“woke capitalism“, em inglês, algo como “capitalismo lacrador”). Seja o caso da Nike tirando das lojas tênis com a bandeira Betsy Ross porque conselheiros-ativistas lhe disseram que a bandeira representa a escravidão ou quase 200 CEOs de importantes empresas assinando um anúncio de página inteira no New York Times dizendo que as leis de restrição ao aborto são “ruins para os negócios”, o mundo empresarial norte-americano está se alinhando rapidamente às causas progressistas.
Há sinais de que algumas empresas estão reagindo ao desejo de parte de seus consumidores de comprarem produtos alinhados com suas posições políticas e também a pressões de investidores institucionais que adotam causas progressistas. Mas, como empresas como a Gillette e a Dicks Sporting Goods descobriram, isso costuma gerar perdas financeiras como consequência da reação de consumidores com opiniões diferentes.
O capitalismo lacrador se alimenta da confusão entre a natureza e o fim dos negócios. Não que a iniciativa privada não tenha responsabilidade diante do bem comum maior da sociedade, mas vemos que o “capitalismo consciente” tira as empresas comerciais do rumo de alcançarem seu objetivo específico. As empresas não existem para se envolverem em exercícios marxistas de despertar da consciência, para alterarem as estruturas familiares, para estabelecerem a paz mundial ou para corrigirem erros históricos.
Via Boletim Coppolla
Foto: Imagem de Gerd Altmann