Lucas Moreira Silva compartilha suas impressões e experiências de voluntariado em meio à tragédia que abalou o estado.
Por Richelson Xavier
O empresário anapolino Lucas Moreira Silva, em entrevista exclusiva ao repórter Richelson Xavier do Portal Anápolis, descreve a dura realidade das áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Ele relata a situação devastadora e a necessidade urgente de ajuda para a recuperação.
As enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram uma destruição sem precedentes, deixando milhares de desabrigados e muitas cidades em estado de calamidade. O empresário Lucas Moreira Silva, de Anápolis, foi ao local como voluntário e compartilhou suas impressões com o repórter Richelson Xavier do Portal Anápolis. Confira abaixo os principais trechos da entrevista com Lucas.
1. Chegar
Richelson Xavier: Lucas, qual foi a sua sensação ao chegar no Rio Grande do Sul? Realmente é tudo aquilo que estão falando nas redes sociais, na televisão, ou o caso é mais grave ainda?
Lucas Moreira Silva: A primeira sensação que tivemos ao chegar, já de madrugada, foi a de que Canoas vive dois mundos. Uma parte da cidade parece intacta, funcionando normalmente, enquanto os bairros afetados continuam alagados. Visitamos o maior abrigo do Rio Grande do Sul, na UBRA (Universidade Luterana do Brasil), que abriga 7 mil pessoas. A destruição é real e em algumas regiões, é ainda mais grave do que se vê na mídia.
2. Impacto nos Negócios Locais
Richelson Xavier: Como empresário, você já observou que diversos comércios e empresas estão fechados debaixo d’água. Você acredita que a situação é possível ser revertida ou de fato estamos vivendo um período no Rio Grande do Sul que necessitará de uma grande mobilização para a recuperação dessas cidades?
Lucas Moreira Silva: Analisando como empresário, vejo que haverá grande dificuldade na recuperação. Será necessário um apoio econômico significativo tanto do governo federal quanto estadual para ajudar os empresários a se reerguerem. Conhecemos uma família que perdeu tudo, incluindo seu negócio, devido às enchentes. A recuperação será longa, possivelmente mais de um ano, para que as regiões afetadas voltem ao normal.
3. Experiências nos Abrigos e Ações de Ajuda
Richelson Xavier: Se você já visitou algum abrigo, participou de algum resgate ou teve alguma experiência com algum morador local que estivesse necessitando de ajuda? Como foi essa experiência e qual é a sua percepção sobre as necessidades mais urgentes das pessoas afetadas pelas enchentes?
Lucas Moreira Silva: Participamos de várias ações de ajuda. Visitamos regiões alagadas e ajudamos moradores como um senhor que teve sua casa inundada, mas conseguiu salvar alguns pertences no segundo andar. Ele quis nos recompensar, mas recusamos, pois nosso objetivo é ajudar sem esperar nada em troca. No bairro Matias Velho, vimos uma comunidade pobre e muito afetada, onde as pessoas estão abrigadas debaixo de pontes ou em veículos. O que mais falta é apoio governamental. Não vemos policiamento local, mas sim forças de outros estados. O sentimento de gratidão dos moradores é marcante, mas ainda há uma necessidade urgente de carinho e suporte emocional. A falta de recursos é evidente, e o trabalho de recuperação será longo e árduo.
Conclusão
A tragédia no Rio Grande do Sul demanda uma grande mobilização de recursos e apoio contínuo. As experiências e relatos de voluntários como Lucas Moreira Silva destacam a urgência de assistência para as vítimas. Enquanto a recuperação completa das áreas afetadas ainda está longe, a solidariedade e a união mostradas por voluntários e comunidades são um exemplo inspirador de empatia e compromisso com o próximo. A necessidade de ajuda continua, e cada esforço, por menor que seja, faz uma diferença significativa na vida daqueles que perderam tudo.