Foto: Ismael Vieira / Diretoria de Comunicação e TV Câmara
O médico legista é vereador Dr. José Fernandes (PSB), no contexto do Dia Nacional de Combate à Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio, alertou que 70% dos agressores estão dentro das famílias. Segundo ele, os dados do ‘Disque 100’, relativos ao ano de 2019, revelam que a cada hora pelo menos três crianças e adolescentes são abusados sexualmente, “e 73% acontece na casa da criança”.
O parlamentar informou que, naquele período, foram registradas 17 mil ocorrências de abuso sexual infantil. José Fernandes, que também é médico legista e trabalha no Instituto Médico Legal (IML), revelou que no seu dia de plantão, sempre às sextas-feiras, atende no mínimo de duas a três crianças vítimas de violência. Segundo ele muitas vezes as pessoas não denunciam por medo.
A rede de proteção à criança que funciona em Anápolis, segundo José Fernandes, é eficiente e capacitada. Citou instituições como o Centro de Referência da Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), o Conselho Tutelar, Delegacia da Infância e da Juventude, entre outros. Lembrou que há alguns dias foi realizado o Congresso Brasileiro de Prevenção à Violência contra Crianças e Adolescentes, “com intuito de orientar e capacitar profissionais, pais e responsáveis sobre a prevenção aos crimes sexuais”.
José Fernandes lembrou do caso da menina Araceli, de 8 anos, que em 1973, no Espírito Santo, foi raptada, torturada, estuprada, assassinada, teve ácido jogado no rosto e o cadáver ocultado. “Um caso que chocou a sociedade, os responsáveis foram identificados. São de famílias abastadas. Em 1991 foram absolvidos e continuam impunes”, disse. Este, ocorrido num dia 18 de maio, motivou a criação do dia de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.
As crianças violentadas sexualmente, lembrou José Fernandes, “gritam por socorro, se manifestam de diversas formas, mesmo em silêncio”. Segundo ele é necessário estar atendo para alterações no comportamento das crianças, em sua forma de falar, vestígios de sangue em roupas íntimas, sexualidade exacerbada, entre outros.
Com informações da Câmara Municipal