Irmão do presidente Lula, Frei Chico, figura entre investigados em fraude de R$ 6,3 bilhões no INSS; operação já apreendeu R$ 1 bilhão em bens.
Foto: Sindinapi/Divulgação
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23) a operação Sem Desconto, que investiga um esquema de R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais aplicados em benefícios de aposentados do INSS entre 2019 e 2024. Entre os investigados está José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do SINDNAPI/FS, entidade que recebeu R$ 77,1 milhões em 2024 e teve convênios suspensos. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que os aposentados foram “vítimas fáceis de criminosos” em coletiva que detalhou o modus operandi: descontos mensais não autorizados em folhas de pagamento, supostamente para serviços nunca prestados.
O esquema envolveu pelo menos oito entidades nacionais, incluindo Ambec, AAPB e UNASPUB, que usavam empresas de fachada para lavar dinheiro – uma delas movimentou R$ 300 milhões sozinha. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado pela Justiça, enquanto a PF cumpriu 211 mandados de busca e seis prisões, além de bloquear R$ 1 bilhão em bens. Embora o SINDNAPI/FS tenha se declarado “favorável às investigações” em nota assinada por seu presidente Milton Cavalo, a CGU já incluiu a entidade entre as que responderão criminalmente.
A investigação ganha contornos políticos sensíveis pela ligação de Frei Chico com o Planalto, ainda que não haja indícios de participação do presidente Lula. O caso expõe vulnerabilidades no sistema previdenciário e levanta questões sobre a fiscalização de entidades que tinham acesso privilegiado aos dados de beneficiários, num esquema que durou cinco anos antes de ser desmontado.
Com informações do Hora Brasília.