Federação UPB publica peça com estética similar à campanha petista, acusa governo Lula de ampliar gastos com aliados e ironiza promessas de justiça tributária: “Tudo é artificial, até a inteligência das propagandas”
A federação UPB, formada pelos partidos União Brasil e Progressistas (PP), divulgou neste domingo (29/06) um vídeo em resposta à propaganda do PT sobre a reforma do Imposto de Renda, que propõe isenção para rendas de até R$ 5 mil e aumento da carga tributária para os chamados “super ricos”. A peça, visualmente semelhante à produzida pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), adota tom crítico e acusa o governo Lula de onerar ainda mais os brasileiros de baixa renda, enquanto privilegia aliados com gastos públicos elevados.
“Pensando bem, o povo não aguenta mais carregar o peso de um governo com quase 40 ministérios”, diz o narrador do vídeo da UPB, ao lado de imagens geradas por inteligência artificial que mostram cidadãos comuns arrastando carroças cheias de sacos rotulados como “impostos”. A estética replica intencionalmente a do vídeo petista, com balanças desiguais e carga tributária sendo empilhada sobre os ombros da população. “Agora querem passar a conta para a gente de novo”, continua a narração. “Imposto, a gente sabe quem paga no final: os mais pobres.”
A crítica da UPB vai além do conteúdo da reforma tributária. A federação acusa o governo de ter inchado a máquina pública, ao manter 37 ministérios e ampliar gastos com estruturas administrativas e estatais deficitárias. A locução do vídeo ironiza: “Dizem que estão do nosso lado, mas a conta vem sempre para nós. Tudo que eles falam é artificial — até a inteligência das propagandas.”
O vídeo petista original, publicado na quinta-feira (26), propõe o que chama de “Taxação BBB” — alusão a “Bilionários, Bancos e Bets” (sites de apostas) —, grupos que, segundo a locução, “pagam nada ou quase nada de Imposto de Renda”. A peça sugere que essa taxação equilibraria a perda de arrecadação gerada pela isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Na sexta (27), um novo vídeo do PT reforçou o discurso com referências simbólicas à luta de classes, evocando romances como Os Miseráveis e Germinal, com trabalhadores representados como figuras heroicas guiadas por um Estado protetor.
Para Lula e a equipe de comunicação do governo, a narrativa de “ricos versus pobres” é uma aposta eleitoral para 2026. A oposição, no entanto, afirma que a retórica mascara a realidade da carga tributária e serve como ferramenta de polarização ideológica. “Não é taxar os bilionários que vai sustentar o rombo de um governo perdulário”, disse um dirigente do União Brasil, sob reserva.
Com informações do Poder 360