Portal Anápolis teve acesso exclusivo ao requerimento apresentado por Gayer ao Ministério das Comunicações, denunciando possível uso ideológico da comunicação estatal em matérias sobre o conflito Israel-Irã.
Por Richelson Xavier
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) apresentou nesta segunda-feira (23) um Requerimento de Informação ao Ministério das Comunicações, solicitando esclarecimentos sobre a linha editorial da Agência Brasil — vinculada à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) — especialmente quanto à cobertura dos recentes conflitos entre Israel e Irã. O Portal Anápolis teve acesso exclusivo ao documento, que reúne 15 perguntas formais e críticas contundentes à atuação do órgão.
Para Gayer, as recentes matérias publicadas pela Agência Brasil demonstram um “enquadramento editorial enviesado”, com “relativização ou apologia a regimes autoritários e a grupos armados com histórico de atentados terroristas”. O parlamentar menciona, como exemplo, a reportagem “Conheça o programa secreto de Israel que pode ter 90 bombas atômicas”, que teria omitido ameaças feitas pelo regime iraniano contra o Estado de Israel. “A tentativa de colocar em pé de igualdade uma democracia consolidada e uma teocracia repressiva é um desvio de finalidade da comunicação pública”, afirma o requerimento.
Entre os questionamentos enviados ao ministro das Comunicações, Gayer exige informações sobre os critérios editoriais adotados, mecanismos de controle de imparcialidade, uso de fontes ideologicamente vinculadas ao governo e eventuais notificações de órgãos como o TCU e o MPF. O deputado também cobra prestação de contas sobre os custos das matérias citadas. “A Agência Brasil é mantida com dinheiro público e tem o dever constitucional de informar com isenção. O que estamos vendo é propaganda ideológica travestida de jornalismo”, criticou. O requerimento marca mais um capítulo da ofensiva da oposição contra o que consideram “aparelhamento da imprensa estatal” pelo governo federal.