Por Leandro Narloch
Via Boletim Coppolla
O título acima pode soar absurdo – afinal, toda hora vemos pequenos garimpos ou grandes mineradoras causando tragédias ambientais, carros poluindo cidades, florestas sendo derrubadas para garantir lucros e consumo. Mas é isso mesmo: só o capitalismo pode garantir a preservação do meio ambiente.
Primeiro é preciso esclarecer: ao contrário do que ecossocialistas costumam dizer, não é exatamente o capitalismo que destrói a natureza. É a própria ação humana. Alteramos o meio ambiente muito antes de Adam Smith, James Watt ou David Ricardo existirem. Como qualquer outra espécie, dependemos de outras para sobreviver. Hoje ou na Idade da Pedra, o homem mata grandes animais para obter proteína, corta plantas para obter madeira e carboidratos.
Há milhares de anos, quando a revolução cognitiva do Neolítico nos levou para o topo da pirâmide alimentar, nos espalhamos como uma praga por ambientes que não estavam preparados para nos receber. A Austrália e a Nova Zelândia tinham centenas de espécies de megafauna que sobreviveram por milhões de anos. Quando os primeiros humanos chegaram ali, todas essas espécies desapareceram em poucos séculos.
É culpa do capitalismo? Só se o leitor considerar que já havia capitalismo entre os índios brasileiros ou quando os maoris chegaram à Nova Zelândia.
É verdade que a tecnologia e a produtividade criadas pelo capitalismo aumentaram esse potencial destrutivo. Mas também é verdade que o capitalismo criou o fenômeno contrário: a preocupação com a preservação da natureza. Só depois de um certo nível de prosperidade nos demos ao luxo de nos preocupar as florestas, a extinção dos animais, a qualidade da água e do ar.
Imagine, por exemplo, uma mãe perdida numa floresta com seus filhos, todos há dias sem comer. Se de repente ela tiver a oportunidade de caçar um macaco em extinção para evitar morrer de fome, eu aposto que não pensará duas vezes. Abaterá o bicho. Mas, numa outra situação, se a família estiver de barriga cheia, com comida de sobra em casa e um bom dinheiro na conta bancária, poderá se dar ao luxo de poupar o pobre animal. E até gastar algum dinheiro apoiado um programa de preservação do mico-leão dourado ou do peixe-boi. A prosperidade não é só compatível: é necessária à preservação do meio ambiente.
Não à toa, a pauta ambiental é mais forte justamente nos países mais capitalistas e mais ricos. Nessas nações, grandes animais ameaçados estão se recuperando – é o caso de lobos, ursos e veados da Europa e da América do Norte. Já elefantes, rinocerontes e hipopótamos (quase todos de países pobres) ainda sofrem risco de extinção.
A inovação e a tecnologia têm ainda outra vantagem: nos tornam capazes de produzir mais utilizando menos recursos e causando menos impacto. Há 150 anos, quem quisesse desfrutar o luxo de ter uma fonte de luz artificial em casa precisaria abater um animal, cozinhar sua gordura e então montar velas. Outra opção era caçar uma baleia cachalote – cujo espermacete foi usado para velas com fumaça clara e sem cheiro. Hoje uma simples usina nuclear, sem emitir carbono na atmosfera, fornece energia para um país inteiro. E as baleias, que deixaram de ser fonte de energia, estão se recuperando em todo o mundo. Uma lata de refrigerante de 1994 utilizava seis vezes mais alumínio que as atuais. Em 1980, a produção de um quilo de milho exigia 18 metros quadrados de área: hoje, apenas 3 metros quadrados.
Por que isso aconteceu? Porque empresários, com o objetivo de lucrar o máximo possível, têm incentivos para reduzir a necessidade de matérias-primas, o custo do frete e extrair o máximo de suas áreas de cultivo.
Por causa desse aumento de eficiência, o mundo rico está, pela primeira vez na história, consumindo cada vez menos commodities e recursos naturais. Em 2015, os americanos consumiram 32% menos alumínio, 40% menos cobre e 15% menos aço que em 2000.
Certamente o sistema tem falhas – e as leis e a Justiça estão aí para punir quem polui. Mas isso não desmerece nem apaga as enormes vantagens ambientais que o capitalismo nos proporciona.
Leandro Narloch(@lnarloch) Jornalista, autor do Guia Politicamente Incorreto da História Brasileira e fundador da @ArvoreDoFuturo, plataforma que reúne dados e informações sobre os benefícios do capitalismo contemporâneo ao meio ambiente. |
Com informações do Boletim Coppolla