São 149 Cepis que atendem 41 mil estudantes em todo o Estado
Por Redação
Os colégios estaduais em Período Integral (Cepis) da rede pública estadual de ensino de Goiás trabalharam desde a semana passada, quando foi aprovado o regime especial de aulas não presenciais, a sua implementação efetiva em cada unidade escolar. O resultado é que, em todas as 149 escolas estaduais de período integral, os 41 mil alunos já têm, neste momento, o atendimento escolar por meio das aulas não presenciais.
Para a Secretaria de Estado da Educação de Goias (Seduc), as escolas de tempo integral, com suas ferramentas, metodologias, seus conceitos, seu funcionamento, têm no regime de aulas não presenciais um caso especial, uma oportunidade de se acompanhar os acertos nesta modalidade de ensino.
Ao diversificar o atendimento, por exemplo, aproximando os estudantes, professores e gestores e ao adotar o planejamento e o acompanhamento compartilhados, os Cepis, desde a sua implantação em Goiás, caminharam para um modelo de escola mais próximo e preparado para os desafios do século 21.
Em Goiânia e no interior, as escolas estaduais de tempo integral, com o apoio das famílias, estão todas, cada uma com suas especificidades, funcionando em meio à pandemia do coronavírus. Para a Seduc, nos esforços de se diminuir os riscos de contágio e de disseminação do coronavírus, o funcionamento da totalidade dos Cepis, como das demais escolas estaduais, deve impactar tanto o processo de ensino e aprendizagem e a continuidade do ano letivo, quanto a formação das crianças e jovens para a vida.
Os grupos
De acordo com a superintendente de Educação Integral da Seduc, Márcia Rocha Antunes, nos dias 16 e 17/03, quando as escolas, apesar de sem aulas, ainda estavam abertas, foi feita uma mobilização com os estudantes dos Cepis, com a coleta e atualização de informações como o número do telefone celular, a montagem dos grupos de whatsApp, e discutidas orientações de como seriam os próximos dias.
A partir daí, foram preparados atividades e material digital para as aulas, além da montagem de salas no Classroom, um dispositivo do Google que permite montar uma sala de aula. Algumas dessas escolas até já contam com um site como ferramenta para as aulas não presenciais. Nesses espaços provenientes da tecnologia, os professores gravam vídeos, fazem lives, postam e enviam conteúdos, atividades e listas de exercícios, entre outros, garantindo o desenvolvimento das aulas à distância de tal forma que alcance, ao máximo, o atendimento aos alunos.
Mãe líder de sala
O vínculo forte com os alunos é, segundo a superintendente Márcia Antunes, uma metodologia muito expressiva nos Cepis que trabalham, normalmente, o desenvolvimento da boa convivência como princípio da escola de tempo integral. Esse contato se estende às famílias dos estudantes.
Neste sentido existem as muitas mães líderes, mas o conjunto das escolas de tempo integral têm também avós líderes, pais líderes. Esse familiar fortalece a interlocução entre a escola e as famílias e tem, no dia a dia, o papel de ser responsável pela sala do filho, pelo contato com as famílias dos demais alunos, pela melhoria da participação da família na vida do estudante. Agora, eles têm atuado estimulando os pais, disseminando informações, compartilhando experiências, sugerindo ajustes, acompanhando, de casa, a implementação das aulas não presenciais e contribuindo muito com esse sistema.
Como regra das escolas estaduais de tempo integral também já existem os estudantes líderes de sala, de turma, que para além de sua liderança no dia a dia, compõem o grupo gestor da escola, ajudando a pensar em soluções, em melhorias. Eles são vistos como fontes de conhecimento, criatividade, compromisso e envolvimento, fatores que são considerados neste momento, de acordo com a superintendente de Educação Integral da Seduc, fundamentais no processo de aulas à distância.
Os Cepis ainda contam, também, com os tutores, que são professores que fazem o acompanhamento de um grupo de estudantes, da vida escolar deles, seus níveis de engajamento e de aproveitamento, sua atuação nas aulas com os colegas e professores, como professores de referência para o aluno durante o tempo todo.
Século 21
“Se pensamos no século 21 e seus desafios na Educação, a escola de tempo integral prima pelo trabalho numa perspectiva do que ainda está por vir, do que ainda não se conhece. Mais do que respostas, é importante saber fazer as perguntas, é saber como fazer as coisas, como encontrar soluções, escolher caminhos, buscar e adotar metodologias novas”, afirma Márcia Antunes, falando sobre como as escolas de tempo integral vêm, à sua maneira, se preparando para desafios, ainda que não tão devastadores como a pandemia do coronavírus.
De acordo com ela, os Cepis trabalham com dimensões que estão se mostrando extremamente importantes, como a ética, as habilidades socioemocionais, a empatia, a ideia de se colocar no lugar do outro, o espírito solidário, a organização, a disciplina, o cumprimento de compromissos e a autogestão.
Essas habilidades são contempladas em componentes como o Estudo Orientado que trabalham técnicas de estudo e apoio ao estudante para que ele consiga desenvolver suas atividades e estudar sozinho, apreendendo conteúdos, alcançando boas notas, tão essenciais para ampliar as possibilidades de que o regime especial de aulas não presenciais surta bons efeitos na vida dos alunos.
Outro ponto forte das escolas de tempo integral refere-se ao hábito dos professores ao planejamento de suas atividades na perspectiva da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), considerando as competências gerais e das áreas do conhecimento, conseguindo uma boa articulação do que é ofertado aos alunos. A superintendente destaca, ainda, o engajamento dos professores e a abertura que estão demonstrando nesta nova experiência para a Educação pública em Goiás.
Para a Seduc, segundo a superintendente, os Cepis estão funcionando aproveitando tudo isso e, principalmente, estão conseguindo fazer o atendimento especial para todos, desde aqueles dos anos inciais do Ensino Fundamental, que ainda são crianças, aos jovens do Ensino Médio.
Com informações da Secretaria de Educação
Foto: Renato de Castro/UOL