Análise compara ministérios, déficit e superávit, políticas de hospedagem e equipes econômicas.
Por Richelson Xavier
Deixar a ideologia de lado e focar nos fatos revela significativas diferenças entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo Bolsonaro operou com 23 ministérios, enquanto o atual governo Lula ampliou esse número para 40. Além disso, Bolsonaro deixou um superávit de R$ 54,1 bilhões em 2022, após oito anos de déficits, enquanto o governo Lula enfrenta um déficit profundo, registrando R$ 40,9 bilhões negativos em junho de 2024.
A política de hospedagem também mudou. No governo Bolsonaro, os ministros utilizavam quartéis e hotéis de trânsito. Em contraste, a administração Lula prefere hotéis de luxo. No campo econômico, Bolsonaro contou com Paulo Guedes e Roberto Campos à frente da economia e do Banco Central, respectivamente, o que contribuiu para uma inflação pós-pandemia menor do que nos Estados Unidos e Europa, além de um crescimento do PIB semelhante ao da China.
Os dados do setor público consolidado sob Lula mostram um déficit primário de R$ 40,9 bilhões em junho de 2024, o maior saldo negativo para o mês desde 2023. Esse déficit inclui um déficit de R$ 40,188 bilhões do governo central, um superávit de R$ 1,057 bilhão dos Estados e municípios, e um déficit de R$ 1,742 bilhão das estatais. Em contraste, Bolsonaro deixou um superávit primário, impulsionado pela arrecadação recorde e o adiamento de despesas, como o parcelamento de precatórios e a baixa execução orçamentária de vários programas governamentais.
As estratégias econômicas e administrativas dos dois governos refletem visões e prioridades distintas, com impactos variados nas contas públicas e na economia nacional. Enquanto Bolsonaro focou em uma equipe econômica robusta e medidas de contenção de despesas, Lula enfrenta o desafio de equilibrar um número maior de ministérios e um cenário econômico desfavorável.