Nos últimos anos, especialmente em 2022, muito se falou em intervenção militar e é muito necessário abordar este assunto, porém, é impossível falar sobre este tema sem antes conhecer um pouco do histórico de atuação das nossas forças armadas.
Por Emerson Faria
Há muito que manifestações populares são realizadas como forma do povo demonstrar suas insatisfações e apresentar suas reivindicações para os seus representantes. Em todas as democracias conhecidas as manifestações populares não são somente aceitáveis, são também desejáveis. Elas são símbolo de uma democracia genuína e revelam um sistema de governo que proporciona a liberdade de expressão e uma população que exerce a cidadania, que perante o comodismo de ser negligente, prefere a escolha de participar ativamente da construção do futuro da nação.
Contudo, faz-se sempre necessário entender o propósito dessas grandes mobilizações. Para resolução de causas imediatas, como por exemplo, pressionar um determinado grupo de deputados a votar a favor de um projeto proposto, elas são muito eficientes, porém, para resolver problemas estruturais no sistema político de um país, esse método não é muito interessante.
Infelizmente, a direita brasileira não parece compreender isso e, tomados de um compreensível descontentamento com a insegurança jurídica causada no país pelos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), lançaram mão dessa ferramenta democrática. É compreensível que, por não compreender profundamente a ciência política, o povo acabe por tentar resolver de maneira imediatista uma questão que não se resolve tão imediatamente, o grande problema é quando a ignorância passa dos limites do conhecimento da história da própria nação e parte desse povo usa as manifestações para clamar por uma intervenção militar.
A monarquia constitucional brasileira, apesar de seus problemas, conseguiu se estabelecer como uma instituição sólida juntamente com o parlamento. Contudo, em 1889, o exército brasileiro, tomado por ideais positivistas e liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, destituiu o ministro Visconde de Ouro Preto e logo depois proclamou a república falida e instável em que vivemos atualmente.
Em 1930, eles novamente entraram em ação e, após tomar governos estaduais e assassinar pessoas que eram contra sua revolução, os militares promoveram um golpe militar, destituíram Washington Luiz e entregaram o poder a Getúlio Vargas, um ditador com ideais fascistas que permaneceu no poder por quase vinte anos.
As ações dos militares após 1964 foram ainda piores, e não digo isso pelos mesmos motivos dos esquerdistas desinformados, digo porque, durante todo o período de ditadura militar, eles aparelharam o Estado e proporcionaram as condições perfeitas para entregá-lo nas mãos de comunistas ressentidos que conduziram o Brasil para essa insegurança que presenciamos hoje.
Diante de tudo isso, fica muito claro o fato de que, na história do Brasil, os militares são agentes revolucionários e que, na maior parte do tempo, somente contribuíram para a piora do sistema político brasileiro. Portanto, não é cabível ao povo brasileiro depositar tamanha confiança nesta instituição a ponto de permanecer semanas parados em frente aos quartéis na esperança de que os militares farão algo para conter de forma imediata os abusos cometidos pelos membros do STF.
Precisamos compreender que os problemas que enfrentamos hoje na política brasileira são resultado de anos de uma política mal feita e não serão resolvidos com uma intervenção das forças armadas. Se quisermos promover uma melhora no Brasil, precisamos entender que temos de parar de formar militantes de direita e começar a formar intelectuais conservadores, parar de desejar uma mudança imediata provomida pelos militares e começar a preparar nossos os nossos filhos para entrarem nas insituições de ensino e realizarem a tranformação cultural necessária, precisamos parar de pensar que somente eleger um presidente irá definir o rumo da nação e começar a eleger vereadores, prefeitos, deputados, governadores e senadores que de fato nos representem, precisamos parar de achar que notas de repúdio e militancia virtual vão mudar a política e começar a organizar e estruturar de fato a direita brasileira. Em suma, precisamos de coragem e ousadia, mas também precisamos de sabedoria e estratégia, somente assim conseguiremos tirar o nosso país das mãos do PT e de sua corja de comunistas.
Emerson Faria, anapolino, acadêmico de direito, cristão e conservador. @emersonfaria.cc