Centro-direita avança nas prefeituras e partidos já esboçam estratégias para a próxima corrida presidencial.
Por Professora Eva Cordeiro
As eleições municipais de 2024 mal terminaram, mas o Brasil já está mergulhado nas articulações para 2026. O pleito municipal trouxe um cenário claro: a centro-direita e a direita tradicional consolidaram força, governando 62% dos municípios. Partidos como PSD, que garantiu mais de 800 prefeituras, se destacaram, e o nome de Ratinho Jr., governador do Paraná, surge como uma possibilidade para a Presidência. Outros nomes importantes como Zema, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado também ganham espaço no tabuleiro político, enquanto Pablo Marçal desponta como uma surpresa significativa, simbolizando a força de outsiders na política brasileira.
Por outro lado, a esquerda sai enfraquecida, enfrentando crises internas e desafios organizacionais. Para ela, vencer a eleição presidencial de 2026 será crucial. Apesar dos erros recentes, Lula ainda é uma figura central, com chances reais de alavancar sua base eleitoral. Uma pesquisa da CNT em parceria com o MDA Pesquisa, divulgada em 12 de novembro, apontou que Lula e Bolsonaro seguem polarizando as intenções de voto, com 35% e 32%, respectivamente. Esse empate técnico reflete uma continuidade da divisão política no país.
Em um cenário sem Lula ou Bolsonaro, a pesquisa mostrou que Fernando Haddad é o favorito entre eleitores de esquerda (31,3%), enquanto, no espectro da direita, Tarcísio de Freitas (22,6%), Michele Bolsonaro (21,9%) e Pablo Marçal (20,3%) estão praticamente empatados, destacando um cenário competitivo e imprevisível. O centro, que representa 32% do eleitorado, também desempenha um papel decisivo, mas suas preferências ainda não foram suficientemente detalhadas em situações de ausência dos dois principais líderes.
As movimentações políticas mostram que a corrida por 2026 já começou. As lideranças partidárias se mobilizam para ganhar destaque, interferindo diretamente nas disputas pela Câmara, pelo Senado e nas negociações legislativas. Para a esquerda, o desafio será unir forças em um cenário que desfavorece alianças amplas. Para a direita, a tarefa é consolidar lideranças e estratégias que dialoguem com a população. O futuro está em construção, e o resultado dessa nova disputa dependerá das escolhas feitas desde já. Quem viver, verá.