Com base no comentário de Caio Coppolla, a narrativa de um suposto golpe de Estado levanta mais perguntas do que respostas.
Artigo de Opinião por Richelson Xavier
Anápolis, Goiás – 27 de novembro de 2024 – A recente análise do comentarista político Caio Coppolla na CNN Brasil trouxe à tona uma reflexão necessária sobre as acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em tom incisivo, Coppolla questionou: “Onde estão as provas que incriminam Bolsonaro?”. A dúvida é legítima diante de um relatório da Polícia Federal que, segundo ele, se baseia em conjecturas e não em evidências concretas.
Coppolla aponta que, para que houvesse um golpe, seria necessário que alguém o ordenasse e que outros tentassem executá-lo. “E isso, efetivamente, nunca aconteceu”, afirma. Segundo o comentarista, Bolsonaro, pressionado por militares e apoiadores para viabilizar uma intervenção, escolheu preservar a ordem democrática. “Se teve alguém que salvou o Brasil de uma tentativa de golpe, esse alguém foi o próprio Jair Bolsonaro, que, em última instância, decidiu não intervir”, acrescentou.
O Código Penal é claro no artigo 359-M: a tentativa de golpe exige violência ou grave ameaça. Mas, como Coppolla ressalta, o relatório da Polícia Federal não apresenta registros de ordens diretas ou ações executórias atribuídas ao ex-presidente. “Tudo que consta do relatório são falas, depoimentos, mensagens sobre ele. Não manifestações dele próprio”, explica. Para o comentarista, a fundamentação das acusações baseia-se em suposições: Bolsonaro esteve em determinado local, com certas pessoas, e a partir disso, constrói-se uma narrativa de culpabilidade.
Outro ponto crucial levantado por Coppolla é a diferença entre atos preparatórios e atos executórios. Ele lembra que criticar as urnas eletrônicas, consultar autoridades sobre mecanismos constitucionais ou tomar ciência de descontentamentos não configura golpe. “Esses são atos preparatórios e, portanto, são isentos de responsabilização penal”, enfatiza. Ele questiona ainda: “Criticar a vulnerabilidade das urnas é golpe? Consultar as Forças Armadas sobre o Estado de defesa é golpe? Isso está previsto na Constituição”.
A análise deixa claro que o debate em torno de Jair Bolsonaro é mais complexo do que aparenta. Coppolla conclui com uma provocação: talvez o verdadeiro ataque à democracia esteja no atropelo da lei por quem deveria zelar por ela. Suas palavras não apenas desafiam a narrativa vigente, mas também convidam a uma reflexão sobre o papel das instituições e da imprensa em assegurar justiça e equilíbrio.